“O principal preso político do mundo, na minha opinião, é Lula da Silva. É o caso mais extremo que conheço de alguém que é um preso político de maneira bastante clara e que foi encarcerado para ser silenciado, para que não pudesse participar das eleições que provavelmente teria ganhado”, disse o linguista Noam Chomsky
O linguista e filósofo norte-americano Noam Chomsky afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o principal preso político do mundo e que seu caso é “o mais extremo” das prisões políticas que conhece.
Em entrevista ao site catalão El Critic, publicada no último dia 26 de junho, o intelectual disse que o ex-mandatário foi preso para ser “silenciado” e impedido de disputar as eleições presidenciais de 2018 no Brasil.
O principal preso político do mundo, na minha opinião, é Lula da Silva. É o caso mais extremo que conheço de alguém que é um preso político de maneira bastante clara e que foi encarcerado para ser silenciado, para que não pudesse participar das eleições que provavelmente teria ganhado”.
Chomsky ainda classificou as condições em que Lula vive na prisão como “extremas” e disse que “são totalmente desproporcionais em relação a esse tipo de sentença”. “ está preso em regime de isolamento, impedido de receber material impresso, de fazer declarações públicas, com opções de visitas muito limitadas. Não se pode levar a sério essa justiça”, afirmou.
Lula da Silva é uma figura muito importante no âmbito nacional e internacional e, por isso, é um processo que eu me envolvi de maneira direta indo visitá-lo na prisão e também escrevendo sobre o tema e denunciando em entrevistas”.
Durante a entrevista, o intelectual ainda falou sobre a situação dos separatistas da Catalunha e classificou o ativista catalão Jordi Cuixart como preso político. Cuixarta está detido em prisão preventiva desde 2017 acusado de rebelião por ter formado um governo independente após o referendo separatista da região em 2017.
“Uma pessoas que é preso pelo fato de exercer o direito de liberdade de expressão é um preso político”, disse Chomsky. Apesar de condenar a repressão do governo espanhol contra os catalães, o linguista disse acreditar que a independência da Catalunha não seria algo bom para a região e chegou a comparar a atitude com o Brexit, processo de retirada do Reino Unido da União Europeia.
O intelectual também criticou o bloco europeu, afirmando que a UE “é profundamente antidemocrática em alguns casos” e que “as decisões mais importantes são tomadas por burocratas em Bruxelas que não foram eleitos”.
Chomsky ainda falou sobre perseguições políticas ao redor do mundo e disse que a prática também poderia volta a ocorrer nos EUA, como acontecia durante o período de perseguição aos comunistas.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial Brasil247 / Tornado
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