Um semanário chamou esta semana para manchete o momentoso problema da cibersegurança do Estado português. Finalmente! Não será por acaso (esperemos…) que esse semanário se chama “Novo”.
A cibersegurança é uma das grandes vulnerabilidades do nosso Estado e também da imensa maioria das grandes e das médias empresas (bancos e outras redes e outros dispositivos críticos, incluídos).
Não terão sido suficientes as recentes “brincadeiras” com a TAP, com as FA e etc.? Ou teremos de acordar um destes dias sem água nas torneiras e com a rede multibanco desactivada para que quem de direito perceba que o assunto não é para brincar e nem para “brincadeiras”?
O investimento das empresas privadas em cibersegurança, nos últimos 3 ou 4 anos, foi praticamente inexistente. As empresas portuguesas continuam de portas e janelas escancaradas e cheias de buracos nas paredes. CEOs e outros altos dirigentes e quadros superiores continuam a não ter noção do mundo em que vivem e utilizam smartphones e portáteis em total inconsciência e do mesmo modo que qualquer banal cidadão. Nem sequer têm noção do que se pode fazer com um telemóvel e para que realmente ele serve.
Os aparelhos do Estado são alvo de piratas estrangeiros que por lá se passeiam com grande à vontade e vão sacando os dados que lhes interessam. O “Novo” refere “12 sites com problemas de segurança”. Se fossem só 12… “Tanto o Estado como as empresas têm mais buracos que um queijo suíço”, ironiza fonte bem informada.
Alguém já terá pensado quantas “portas, janelas e buracos” existem para entrar no Ministério da Administração Interna (e não é por acaso que citamos este)? E no da Defesa? E no dos Negócios Estrangeiros? E no da Saúde (cujos dados são muito apetitosos não só para a indústria químico-farmacêutica como também para certas mafias, como as dos órgãos)? E no da Justiça (onde hackers até já foram buscar moradas e telefones pessoais de magistrados e etc.)? E…
Meios bem informados na matéria garantem, por exemplo, que os “buracos” explorados para entrar na Defesa continuam abertos. Mas garantem também que existem estudos e ensaios em curso para “qualquer acontecimento sério nos próximos tempos, sobretudo, com empresas”.
É tempo de tomar a sério o gravíssimo problema da cibersegurança e, sobretudo, resolver as enormes vulnerabilidades que representa para a segurança e defesa do nosso Estado e também para as empresas (cuja criação de riqueza e de postos de trabalho pode desaparecer de um dia para o outro depois de um “hack” certeiro).
Sugestão a António Costa (que tão sensível é a Web Summits): crie rapidamente uma Secretaria de Estado dos Assuntos Digitais e da Cibersegurança. E entregue-a a quem saiba realmente do assunto. O País precisa e tem gente mais que suficiente para tratar esses assuntos… Assim o poder político acorde e queira decidir a bem do Estado, das empresas e dos Portugueses.
Exclusivo Tornado / IntelNomics