É considerado como um trabalho naturalista de fraca qualidade. A simetria é excessiva neste contexto e o desenho não é muito apelativo.É, não obstante, revelador do grande significado ideológico que preconizou, no nosso país, a invenção da paisagem.
Os anseios pela concretização dos novos conceitos que eram estruturados a partir da captação da Natureza “ao vivo” e, assim sendo, com a incorporação inevitável do “claro-escuro”, estão aqui documentados, neste trabalho de referência deste nosso Romantismo naturalista.
Estes cinco artistas são; Tomás d´Anunciação, o chefe do grupo e celebrado pintor animalista, que está sentado ao centro, de paleta na mão. Francisco Metrass, de chapéu e capa escura (a la Rubens), está colocado nas suas costas fitando o espectador. Mais atrás, em segundo plano, à direita e de pé, o escultor (autor da estátua de Camões exposta no Chiado) Victor Bastos em pose janota, como gostava de ser apreciado, depois, o autor tomando alguns apontamentos encostado à fraga com a perna esquerda flectida, auxiliando o descanso. Finalmente José Rodrigues, sentado no chão, com um livro na mão.
Todos eles olham significativamente para o exterior do quadro, talvez orgulhosos da sua posição de assumida frontalidade contra as “velharias” da oficialidade académica ou, num convite (?) à participação colectiva entre artista e público.
Há uma representação simbólica de protesto contra o ensino exclusivo no interior das salas de aula.
Era no exterior, ao ar livre, que passava o grande desígnio ideológico dos novos processos de pintar que aí estavam para ficar.
(Extracto de um texto escrito por mim, há poucos anos, sobre o tema)
Nota da Edição
João Cristino da Silva (1829-1877)
Helena Carvalhão Buescu, Univ. Lisboa João Cristino da Silva e o tema da paisagem na literatura portuguesa de meados do século XIX