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João de Sousa

Sábado, Agosto 31, 2024

Citânia de Briteiros

A Citânia de Briteiros,  classificada como monumento nacional pelo IPPAR desde 1910, é um dos expoentes máximos da cultura castreja em Portugal e certamente um dos mais importantes vestígios arqueológicos em termos de culturas celtas no geral.

A maior parte da sua estrutura terá origens na Idade do Ferro por volta do séc. II a. C. mas existem vestígios de presença humana na Idade do Bronze.

A Citânia manteve-se habitada durante e após a invasão romana, e pensa-se que só se terá tornado desabitada no séc. III d. C., havendo indícios de pontuais repovoamentos durante a Alta Idade Média.

Está localizada a 14 km de Guimarães, no concelho de Salvador de Briteiros, no alto do Monte de São Romão como uma acrópole extensa e imponente.

Tem uma área total de 24 hectares, dos quais apenas 7 foram inicialmente alvo de escavações intensivas, com mais a serem efectuadas progressivamente graças aos esforços da Sociedade Martins Sarmento e da Universidade do Minho.

Desde a sua prospecção inicial há mais de 130 anos desenvolvida pelo arqueólogo Francisco Martins Sarmento, que inclusive comprou a propriedade, a Citânia é um tesouro arqueológico com muitos segredos ainda por revelar.

No interior de um conjunto de três muralhas defensivas concêntricas em volta da área da Citânia e uma muralha a Norte, encontram-se os vestígios de mais de 100 das clássicas estruturas habitacionais circulares que caracterizam os castros, e que teriam sido núcleos familiares.

Notáveis são também os vários arruamentos pavimentados e estruturas destinadas a banhos, que, juntamente com os vestígios de um sistema de circulação de água, demonstram a sofisticação civilizacional que o aglomerado habitacional teria atingido.

Muito relevante ainda é a presença de uma estrutura circular de maior dimensão que se pensa ter sido um local de centralização política, onde os líderes tribais da região se encontrariam em consilium gentis, sendo por isso designada de “Casa do Conselho”.

citânia-briteiros

Na verdade, as dimensões e características da Citânia levam os arqueólogos e historiadores a considerarem que teria sido um centro de poder no mundo galaico, especialmente da tribo dos Bracari, que se pensa ter habitado a região. Alguns dos núcleos habitacionais foram restaurados, possibilitando um breve regresso à Idade do Ferro.

A Citânia é também alvo de fascínio devido à presença de duas das icónicas pedras formosas castrejas no núcleo de banhos, um dos mais bem preservados na área da antiga Galaécia, podendo-se visualizar uma das pedras na Citânia e outra no espólio que se encontra no Museu da Cultura Castreja em Briteiros.

Estas pedras formosas têm gravuras em relevo que podem ser indicação de uma função religiosa ou iniciática, sendo uma das pedras adornada com o triskel céltico na sua típica versão galaica.

Aproveite a nossa sugestão e alie uma interessante “lição de história” a um passeio inesquecível. O clima húmido oferece-nos uma paisagem verdejante em redor, que brota pelos arruamentos da Citânia através da presença de árvores de fruto e de musgo a cobrir os antigos pavimentos.

Antes de partir contemple a extensa vista sobre o vale do rio Ave,  e deixe-se levar pela imaginação para uma visão romântica em relação aos celtas: um povo guerreiro e místico em comunhão com a Natureza.

 

Informação adicional

A 14 km do centro da cidade de Guimarães

Telefone 351 253 415 969

Email [email protected]

Horário

09h00-17h00 (Outubro a Março)
09h00-18h00 (Abril a Setembro)
Encerrada a 25 de Dezembro, 01 de Janeiro e Domingo de Páscoa.

Fontes: Turismo  Guimarães, Univ Minho

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