Diversas entidades do movimento negro se uniram na Coalizão Negra por Direitos para fazer frente ao racismo estrutural e às ameaças à democracia pelo desgoverno fascista, racista, misógino, LGBTfóbico e avesso ao Estado Democrático de Direito.
A Coalizão divulga o manifesto “Enquanto houver racismo, não haverá democracia” com um abaixo-assinado com objetivo de atrair todos os setores democráticos da sociedade e chamar a atenção para a importância da luta por um país mais igual e justo.
Nós, população negra organizada, mulheres negras, pessoas faveladas, periféricas, LGBTQIA+, que professam religiões de matriz africana, quilombolas, pretos e pretas com distintas confissões de fé, povos do campo, das águas e da floresta, trabalhadores explorados, informais e desempregados, em Coalizão Negra por Direitos, viemos a público exigir a erradicação do racismo como prática genocida contra a população negra”
Leia e assine o manifesto
Enquanto houver racismo, não haverá democracia
Mônica Custódio, secretária de Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) defende a necessidade de ações unificadas dos movimentos sociais, movimento sindical e de toda a sociedade civil contra o racismo e para barrar o genocídio da juventude negra nas periferias das grandes cidades e no campo e em defesa da democracia.
Além da pandemia do coronavírus vivemos no Brasil a pandemia do ódio e da violência insufladas por esse desgoverno e por setores fascistas das nossa sociedade”.
A Coalizão Negra pretende encaminhar ao Congresso Nacional o abaixo-assinado para reforçar a resistência ao fascismo. “Combater o racismo é uma exigência da luta pela democracia, pelo Fora Bolsonaro para o país retomar o rumo do desenvolvimento com políticas contra as desigualdades”, defende Santa Alves, secretária de Igualdade Racial da CTB-DF e secretária nacional da União de Negros pela Igualdade.
Para Mônica, o isolamento social reforçou a violência doméstica contra as populações mais vulneráveis. “As mulheres, as crianças, os idosos, os LGBTIQA+ e a juventude não têm segurança dentro de casa”.
A desigualdade social se aprofunda no Brasil com as políticas adotadas pelo desgoverno de Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes. “A pandemia acentuou o quadro de desigualdade no país e quem mais sofre são as negras e negros, os indígenas, as mulheres e os mais pobres”, alega Santa.
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Inclusive na saúde, a desigualdade se estampa claramente. Mais de 75% da população é atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com informações do Ministério da Saúde e pouco mais de 22% têm planos de saúde, a maioria por estar no trabalho formal, com registro em carteira. “Mas como o número de desempregados e informais cresce assustadoramente, não podemos viver sem o SUS”, sinaliza Mônica.
E como o racismo é estrutural, Mônica acredita que “a população negra é maioria no desemprego e no trabalho precário, além de morar em piores condições longe do centro e é quem mais sente na pele os efeitos da ausência do Estado e de políticas públicas, ficando à mercê da violência seja pelo braço armado do Estado ou vítima do crime organizado”.
Assinar o abaixo-assinado é importante para reforçar a campanha antirracista é importante para combater “as disparidades de cor, gênero e classe no mercado de trabalho e na vida”, diz Santa. Afinal, “enquanto houver racismo, não haverá democracia”.
Texto em português do Brasil
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