Poemas de Delmar Maia Gonçalves
I
“Natal enjaulado”
O Natal
está preso
na jaula do Deus cifrão
Por isso lamento
estas labaredas
Consomem-me
os ventos poluentes
deste fogo
do cifrão ardente.
II
“Lírios”
Colhi lírios
no teu corpo
que é meu
Mas não me cansei
de evocar
rosas perfumadas.
III
“Definição”
Divagação:
Mestre do nada.
Reflexão:
Pai do todo.
IV
Agora que te olho
nos olhos
agora que me olhas
nos olhos
todas as barreiras
foram quebradas.
V
“Mãe”
Olha-te no espelho e sorri
sorri para essa vida
que é parte de ti!
VI
“Mãe VI”
A alegria
do canto das cigarras
e a fragrância das flores
que sentes
também as sinto, mãe!
VII
Criei raízes
em ti
que nem o trevo
da separação nos distancia.
VIII
“Mãe III”
Nada é comparável
ao teu porto de abrigo
Mãe!
Nem mesmo
esta luz que me invade.
IX
“Ch -O primo mais velho do X”
Aprendi na escola e em casa
que sem ele não me CHamariam pelo meu nome
não CHegaria cedo
não tomaria CHá todos os dias
não pisaria o CHão que piso
jamais ouviria a história
do capuCHinho Vermelho
não poderia lanCHar
e não usaria nunca CHapéu!
X
Envenenada por abutres de agoiro
e hienas sorridentes e sem alma
guarda tua alma
sem a colocar em leilão
que a vida é urgente!