3ª Semana da BoCA, Biennial of Contemporary Arts, em Lisboa, Porto e Braga
A 2º edição da BoCA, que começou a 15 de Março, e vai até 30 de Abril está já na 3º semana do evento.
Esta é mais uma semana em que a bienal propõe evento únicos, absolutamente imperdíveis: a interpretação da obra “Stimmung” de Karlheinz Stockhausen pela mão do Coro Gulbenkian no Lux Frágil e ainda as estreias mundiais de “Narciso”, de Tania Bruguera, e “Punto de Fuga” do colectivo artístico Ciudad Abierta.
Até ao final do mês, na Galeria Quadrum das Galerias Municipais da EGEAC, poderá visitar a instalação “Narciso” da artivista cubana Tania Bruguera. No seguimento da sua intervenção na Tate Modern, em Londres, Bruguera apresenta uma criação que fará interpretar a crise da migração e dos refugiados como algo pessoal, reflectido em nós – literalmente.
A 6 de Abril, poderá ser visto no Passos Manuel, no Porto, o filme “Manifesto”, uma obra de Julian Rosefeldt na qual Cate Blanchettinterpreta nada mais nada menos do que 13 personagens.
Já “Congo Tribunal”, filme de Milo Rau, passa hoje, a 4 Abril, no Gneration em Braga; e a 5 de Abril, no Passos Manuel. Um filme que se encontra a meio caminho do teatro político e que encena um tribunal onde se julgam os envolvidos numa das guerras económicas mais sangrentas de sempre, a Guerra do Congo.
Em Braga, a terceira artista encarregue de activar a Casa dos Crivos é Joana da Conceição. Depois de Maria Trabulo e de Adolfo Luxúria Canibal, chega a vez da artista que se encontra entre a música e a pintura, neste projecto em performance (a 6 de Abril) que irá resultar numa instalação correspondente (8 – 12 de Abril). Com “O Berço de Vénus”, Joana da Conceição vem falar-nos de feminilidade e da origem de todas as coisas.
A fechar a semana, a BoCA leva-o para a pista de dança do Lux/Frágil, para ouvir “Stimmung”. Uma das peças mais icónicas de Stockhausen é agora interpretada por 6 solistas do Coro Gulbenkian. Espera-se um ambiente que nos transporte até ao México dos anos 60, mais precisamente até às cerimónias Maias e Aztecas que inspiraram o compositor alemão a escrever esta peça e que levam a um dos locais mais icónicos da noite lisboeta, o génio de um dos maiores compositores do séc. XX e o engenho de uma dos coros mais importantes.
Já no fim-de-semana, inaugura o projecto Ecotemporâneos: uma parceria da BoCA com a EGEAC que resulta numa comunidade de leitura, aberta, inclusiva e acessível, neste caso constituída por normovisuais, deficientes visuais e auditivos. Em cada sessão haverá um(a) convidado(a), figura representativa da cultura e da sociedade contemporânea portuguesas, a apresentar um livro que escolheu e a abrir o diálogo com os presentes. A primeira sessão é já dia 6 de Abril, na Estufa Fria, com a escritora Matilde Campilho e o livro “Confabulações” de John Berger.
Domingo o anfitrião da BoCA é o MAAT que recebe a criação do colectivo chileno Ciudad Abierta, intitulada “Punto de Fuga”, elaborada precisamente na Galeria Oval do museu. Trata-se de uma performance que reflecte sobre os conceitos de corpo, território, arquitectura, espaço público, história e habitação. O colectivo dará também uma conferência no mesmo local, no dia seguinte, 8 de Abril.
Por fim, a não perder a performance-conferência dos BoCA Sub21, nas Carpintarias de São Lázaro em Lisboa, dia 6; e a festa “Furto Proibido”, no Passos Manuel, dia 5.
À parte das estreias, é de referir que, depois de se estrear no Porto, a obra de Gabriel Ferrandini, “Rosa. Espinho. Dureza.”, sobe agora ao palco em Lisboa, no Teatro Nacional D. Maria II nos dias 4 e 5; que o filme dos The Otolith Group passa agora no Passos Manuel (4 de Abril); e ainda que seguem em permanência as obras de Marina Abramovic, Willliam Forsythe, Meg Stuart, Jonathas de Andrade, João Pedro Rodrigues e João Guerra da Mata e André Romão.
Informação adicional
Até 30 de Abril, toda a programação da BoCA, bem como informação sobre os workshops, masterclasses, festas e conversas pode ser consultada em www.bocabienal.org