Festival Internacional de Cinema de San Sebastián
Com a exibição de “Blackbird”/ A Decisão, filme norte-americano realizado por Roger Michell e protagonizado por Susan Sarandon, começa hoje na cidade basca de San Sebastián a 67ª edição do Festival Internacional de Cinema, A Mostra vai decorrer até ao próximo dia 28.
A trama de “Blackbird” desenvolve-se a partir do momento em que uma mulher decide que não quer continuar a viver. A decisão origina uma série de tensões familiares outrora escondidas mas também a revelação de afectos até então não declarados. Kate Winslet, Mia Wasikowska, Sam Neill, Rainn Wilson e Lindsay Duncan são outros dos intérpretes do filme.
Na gala de inauguração haverá ainda lugar para a entrega ao mexicano Alfonso Cuarón do Grande Prémio FIPRESCI distinção que 618 membros da Federação da Crítica Internacional atribuíram a “Roma”, filme que conquistou o ‘Leão de Ouro’ em Veneza e que foi vencedor de três Óscares (melhor filme estrangeiro, melhor realização e melhor fotografia, ambas de Alfonso Cuarón).
“Patrick” e “Pacificado” assinalam a presença de Portugal e Brasil na secção oficial
Serão dezassete os filmes em competição na secção oficial que inclui ainda dois filmes fora de concurso – “Diecisiete” de Daniel Sánchez Arévalo (Espanha), a exibir na sessão de encerramento, “The Song of Names” de François Girard (Canadá / Reino Unido / Hungria) e outro que é apresentado sob a designação de “projecção especial”: “La Odisea de los Giles” de Sebastián Borensztein ( Argentina / Espanha).
Para além do filme de abertura a principal secção competitiva integra outro filme norte-americano: “Zeroville” de James Franco, vencedor da Concha de Ouro de San Sebastián em 2017 com “Um Desastre de Artista”. “Zeroville” é, de novo, um filme ambientado no mundo do cinema: um jovem arquitecto que ruma até à Hollywood em mudança dos anos 60.
Especial destaque merece a presença na competição de “Patrick”, estreia na realização de Gonçalo Waddington do jovem actor português que tem no seu currículo a participação em vários de filmes de Tiago Guedes, João Canijo, Marco Martins e Miguel Gomes, além de inúmeros trabalhos na televisão e no teatro. Esta é a história Mário, um rapaz de oito anos, sequestrado no interior de Portugal na Primavera de 1999, e que reaparece 12 anos depois numa prisão de Paris com o nome de Patrick.
O norte-americano Patxon Winters – actor, escritor, director de fotografia e realizador – assina a produção brasileira “Pacificado”. Nascido de uma colaboração, ao longo de sete anos, entre a comunidade de Morro dos Prazeres e Paxton Winters, “Pacificado” conta a história de uma rapariga de treze anos que tem dificuldade em dar-se com o pai quando este sai da prisão nos dias conturbados que se seguiram aos Jogos Olímpicos e enquanto a polícia procura ‘pacificar’ as favelas do Rio de Janeiro.
Outros títulos
Os outros títulos que vão competir pelos principais prémios do certame basco são:
- “A Drak-Dark Man” de Adilkhan Yerzhanov (Cazaquistão / França);
- “Das Vorspiel” / A Audição de Ina Weisse (Alemanha / França);
- “Il Pleuvait des Oiseaux” de Louise Archambault (Canadá);
- “La Hija de un Ladrón” de Belén Funes (Espanha);
- “ La Trinchera Infinita” de Aitor Arregi, Jon Garaño e Jose Mari Goenaga (Espanha / França);
- “Llamo e SKalbe” de Sonthar Gyal (China);
- “Mano de Obra” de David Zoanana (México);
- “Mientras Dure la Guerra” de Alejandro Amenábar (Espanha / Argentina);
- “Proxima” de Alice Winocour (França / Alemanha);
- “Rocks” de Srah Gavron (Reino Unido);
- “Thalasso” de Guillaume Nicloux (França);
- “The Other Lamb” de Malgorzata Szumowska (Irlanda / Bélgica / Polónia/ EUA);
- “Vendrá la muerte y tendrá tus ojos” de José Luis Torres Leiva (Chile / Argentina / Alemanha).
Júri
O júri oficial do Festival será presidido pelo realizador irlandês Neil Jordan e dele farão também parte o produtor mexicano Pablo Cruz, a directora de fotografia sueca (mas radicada em Berlim) Lisabi Fridell, as actrizes Bárbara Lennie (espanhola) e Mercedes Móran (argentina) e o produtor israelita Katriel Schory.
Cinema espanhol ou de língua castelhana
A realçar, a habitual grande representação do cinema espanhol ou de língua castelhana, a também importante presença francesa (em grande parte assegurada por via das coproduções) e a participação de alguns autores consagrados (alguns já premiados em anteriores edições do Festival) a par de outros quase desconhecidos.
A Guerra Civil de Espanha continua a ser tema: em “La Trinchera Infinita” encontramos um homem e uma mulher casados há pouco quando rebenta a guerra e a vida do homem passa a estar seriamente ameaçada e em “Mientras Dure la Guerra”, Amenábar situa a acção em Espanha, no Verão de 1936, quando o célebre escritor e filósofo Miguel de Unamuno apoia, numa primeira fase, a rebelião militar e por isso é destituído do cargo de Reitor da Universidade de Salamanca pelas autoridades republicanas, e pouco depois começa a questionar o seu posicionamento inicial.
San Sebastián
67ª edição do Festival Internacional de Cinema
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