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Sexta-feira, Novembro 1, 2024

“A Comissão do Golpe está chegando. Vergonha.”

Christiane Brito, em São Paulo
Christiane Brito, em São Paulo
Jornalista, escritora e eterna militante pelos direitos humanos; criou a “Biografia do Idoso” contra o ageísmo.  É adepta do Hip-Hop (Rap) como legítima e uma das mais belas expressões culturais da resistência dos povos.

seminárioEsse foi um dos muitos comentários de internautas, portugueses e brasileiros, indignados com a lista de palestrantes do anunciado “IV Seminário Luso-Brasileiro de Direito Constitucional”, em Lisboa. Na programação original, o vice-presidente Michel Temer é o convidado principal, ao lado dos senadores José Serra e Aécio Neves e de Paulo Skaf, Presidente da Fiesp, apoiadora do evento. O Ministro Gilmar Mendes está entre os organizadores.

As mensagens contra o golpe no Brasil estão sendo postadas na página do Facebook do Instituto de Ciências Jurídico Políticas (ICJP), da Universidade de Lisboa, que sediará o seminário nos próximos dias 29, 30 e 31 de março.

E já surtiram efeito com duas baixas de notáveis: o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, foi o primeiro a confirmar que “não iria”, sua agenda não permite. O vice Michel Temer também anunciou que não irá. Caberá ao Ministro Gilmar Mendes, um dos organizadores do evento, providenciar outro “convidado principal.

Consulte o programa

Constituição e crise

Os internautas condenam as participações dos senadores Aécio Neves e José Serra, citados na operação Lava Jato com a Lista de Furnas, ressurgida na delação premiada de Delcídio do Amaral neste mês de março, e, nesta quarta (23), aparecem na lista de beneficiários de repasses ilegais da construtora Odebrecht, na qual também figura Paulo Skaf (outro convidado do evento), candidato derrotado ao governo de São Paulo nas últimas eleições.

A lista de Marcelo Odebrecht, com mais de 200 nomes, teve pouco espaço de divulgação na grande mídia porque, apesar de conter nomes de políticos de praticamente todos os partidos, inclusive PT, não contém os nomes de Luiz Inácio Lula da Silva – “o maior corruptor do Brasil”, segundo manifestantes do dia 13 de março, elite econômica e a grande mídia – e de Dilma Rousseff, a presidente que está sendo forçada a renunciar (pela pressão golpista) porque não há base constitucional, ao que se sabe, para o seu impeachment.

Apesar disso, o processo de impeachment está correndo acelerado, sob o comando do deputado Eduardo Cunha, este sim, já há provas fartas, um dos maiores ladrões do país e que, extraordinariamente, se sustenta no poder e não suscita o ódio da população, crescente nesse último mês de muitos atos a favor da democracia (bandeira dos que não querem o golpe) e contra a corrupção (bandeira dos que querem o golpe).

Nota: A autora escreve em português do Brasil

 

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