Assim se vê a força do PC e assim se faz história política em Portugal
Os comunistas bem podem gritar de punho erguido que “assim se vê a força do PC” como resposta a todos os descrentes e opositores a uma aliança com o PS de António Costa. O Comité Central do PCP confirmou “unanimemente” os termos da posição conjunta do PS e PCP para um governo de iniciativa do PS. “Estão criadas as condições para uma solução estável e duradoura na perspectiva da legislatura”, afirmou o líder comunista, Jerónimo de Sousa, no final da reunião magna do partido realizada este domingo.
Jerónimo afirma que foi atingida a convergência programática entre o PS e o PCP para um governo do PS com apoio parlamentar maioritário tomar posse e derrotar o actual executivo PSD/CDS. Mas deixou já a Cavaco Silva respostas para eventuais entraves. “Não há nenhuma razão política, institucional e constitucional que possa ser invocada pelo presidente da República para questionar esta solução governativa”, afirmou, recusando desde já até a opinião de Cavaco, ao usar a expressão popular “não tem que meter prego nem estopa” no acordo de governo.
O secretário-geral do PCP respondeu ainda sobre a rejeição de Cavaco a um entendimento do PS com os comunistas. “O comité central não reconhece a Cavaco Silva legitimidade política nem dimensão democrática para tecer considerações sobre o papel do PCP e o seu percurso enquanto partido incontornável da democracia portuguesa”, disse.
Sobre as negociações com os socialistas, Jerónimo de Sousa disse que as várias reuniões permitiram “identificar um conjunto de matérias onde é possível encontrar convergências e aberta a possibilidade real de repor os cortes feitos”. Revelou ainda que “nunca houve crispação, houve debate, cada um soube ouvir, cada um não exigiu ao outro que deixasse de ser o que é, que deixasse de defender o que defende”.
Por fim, Jerónimo de Sousa deixou uma garantia ao seu fiel eleitorado. “Os trabalhadores e o povo podem contar com o PCP. Não faltaremos com o apoio que temos aos seus interesses, à reposição dos seus direitos. É esse o compromisso de sempre que o PCP renova”, afirmou Jerónimo de Sousa.