Parte III
Com este artigo damos continuidade a uma série dedicada à elaboração do plano de negócio. Pretende ser simples, formativo e abrangente.
Definição da estratégia do negócio
A estratégia de uma empresa é o conjunto de ações que definem os rumos possíveis a seguir no futuro, consoante as circunstâncias com que ela se vai deparar. Dela fazem parte a visão, a missão, os valores, os objetivos da empresa, a diferenciação do negócio e a análise swot. A estratégia da empresa deverá ser orientada por objetivos e estes deverão de estar enquadrados com a visão e a missão que os empreendedores definem para a sua nova empresa.
Uma vez definido a visão e a missão, é vez de definir quais os vetores estratégicos e estabelecer os objetivos. Os objetivos indicam o propósito da empresa e o caminho básico para chegar ao destino que se deseja. Os objetivos são o referencial do planeamento estratégico, o que a empresa procura atingir e deverão ser escritos de modo a que possam ser medidos, comparados e avaliados. Os objetivos são mais claros que a missão, pois estabelecem resultados concretos a serem atingidos num determinado espaço de tempo e de maneira quantitativa para que possa ser mensurável.
Em Marketing, diferenciação é a capacidade que uma empresa tem de ser percebida Importância: oferece um benefício de alto valor
- Destaque: é oferecida de maneira destacada
- Superioridade: é superior a outras maneiras de se obter o benefício
- Exclusividade: não pode ser facilmente copiada pela concorrência
- Acessibilidade: o comprador deve poder pagar pela diferença
- Lucratividade: deve ser lucrativa para a empresa
Para ajudar a desenhar a estratégia da sua empresa, é interessante que sejam analisados os ambientes interno e externo do seu negócio (análise swot).
Durante a análise do ambiente interno, devem ser identificados os pontos fortes e fracos aos quais a organização está submetida, ou seja, características internas que estão bem consolidadas e pontos a serem melhorados. Já no que diz respeito à análise do ambiente externo, deverá ser feita uma lista com as oportunidades e ameaças que possam interferir direta ou indiretamente na empresa que muitas vezes podem ser extraídas de uma análise de mercado a da concorrência. Através dessa análise, é possível traçar ações que maximizem os pontos fortes e minimizem os pontos fracos, bem como conhecer melhor o ambiente em que se está envolvido.
Financiamento
Qualquer negócio antes de arrancar necessita de financiamento. Numa primeira fase o empreendedor deverá perceber qual será a parte de capitais próprios que irá investir no seu novo projeto. Apesar de existirem diversas fontes de financiamento alheias, quanto maior for a entrada de capitais próprios, maior será a probabilidade de conseguir capital alheio. Existem várias formas de financiar, quer o investimento que vai ter de realizar para o arranque da empresa, quer para a atividade empresarial no dia-a-dia.
Genericamente existem duas fontes de financiamento, financiamento interno e financiamento externo. No externo há a realçar o financiamento através de capitais alheios (créditos de fornecedores, empréstimos bancários, linhas de crédito, leasing e factoring), e através de capitais próprios (aumento de capital, business angels, capital de risco, e recurso ao mercado de capitais). Entre as internas destaca-se o autofinanciamento através da retenção dos lucros obtidos, da gestão mais eficiente dos ativos (fixos e circulantes) ou do controle de custos mais apertado.
Linhas protocoladas
As linhas de crédito protocoladas, permitem o acesso ao financiamento em condições mais vantajosas para as empresas, encontrando-se disponíveis em várias regiões do País.
Linhas próprias dos bancos
As linhas de crédito bancário têm 3 objetivos principais: apoiar o investimento e a capitalização das empresas (linhas de médio/longo prazo), apoiar as necessidades de fundo de maneio (linhas de curto prazo para apoio à tesouraria) e substituir os seus clientes no cumprimento de determinadas obrigações (linhas para garantias em avales bancários).
Capital de risco
O capital de risco é uma forma de capitalizar as empresas através da entrada no seu capital social, disponibilizando know-how técnico e de gestão que lhes permita alavancar o crescimento de forma sustentada e otimizar o seu posicionamento estratégico. É também uma das principais fontes de financiamento para startups em investimentos de risco com elevado potencial de rentabilização. O capital de risco destaca-se pela análise detalhada dos projetos apresentados, do seu potencial de crescimento e da relação com o risco. Uma vez feita essa análise e aprovado o investimento, o capital de risco assume um interesse direto na sua valorização e crescimento. Comparada com outras formas de financiamento, o capital de risco é a única que assume o sucesso do negócio como o sucesso do seu próprio investimento.
Business Angels
Os business angels, são investidores individuais que realizam investimentos de forma profissional, diretamente ou através de sociedades veiculo], no capital de pequenas e médias empresas com elevado potencial de valorização. Além do investimento monetário, aportam também aos projetos empresariais, conhecimentos técnicos ou de gestão, bem como redes de contactos.
Basicamente os business angels cedem capital a empresas emergentes, com determinado grau de inovação, cuja dimensão é ainda pequena para atraírem capital de risco. Por outro lado, tendem assumir um papel de grande colaboração com o empresário, contribuindo com a sua experiência.
Os business angels possuem uma série de características em comum, como sejam a realização de investimentos que normalmente variam entre €25 mil e €500 mil, gostam de exercer a sua capacidade mentoring dos projetos, procuram não só um elevado retorno nos projetos em que investem, mas também novos desafios de preferência no seu país ou região.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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