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Segunda-feira, Dezembro 23, 2024

Como em 1985, FHC canta vitória antes da hora e diz que PSDB já ganhou

Em discurso na convenção nacional do PSDB que oficializou a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República, neste sábado (4), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além de dizer que o “Brasil está avançando”, escolheu falar sobre a importância das alianças, numa referência ao grupo de partidos que apoiam a candidatura do tucano.

“Para governar, tem que ter aliança. A aliança na democracia faz parte da governabilidade e antecipa vitória. A vinda da Ana Amélia simboliza essa aliança e antecipa a vitória”, delirou FHC.

A história nos mostra cada vez mais que a gênese do PSDB é o golpismo. Esse discurso de “aliança faz parte da governabilidade” de FHC é pura fachada. Eles não respeitam “governabilidade”, muito pelo contrário, foram os tucanos encabeçados por FHC, Aécio e outros que conspiraram contra a democracia e arrastaram o país para a judicialização da política e para a crise que vivemos hoje.

A história também mostra que os tucanos fundaram o PSDB sob o argumento de “combate ao fisiologismo” do PMDB, partido que pertenciam. Criticavam as alianças feitas pela legenda, mas o real objetivo era barrar a candidatura de Ulysses Guimarães, então presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1988.

Fernando Henrique Cardoso, Franco Montoro, Mário Covas, José Richa, José Serra, Tasso Jereissati foram alguns dos peemedebistas que saíram da sigla para fundar o PSDB, se colocando como uma “nova alternativa” no cenário nacional.

Mudaram a forma, mas o conteúdo de agora é o mesmo. Dizem que são a “nova alternativa” ao se autodenominarem com “centrão”, mas os partidos nada tem a ver com centro. Além do PSDB, a aliança é formada PP, DEM, PR, Solidariedade, PRB, PSD, PTB e PPS, ou seja, com a direita.

FHC diz que essa aliança dos partidos e o aceite de Ana Amélia, senadora do PP, para compor a chapa como vice “antecipa vitória”. O tucano pelo jeito não aprendeu com os erros do passado. Em 1985, nas eleições municipais em São Paulo, FHC, então candidato, sentou na cadeira de prefeito antes da hora, confiando na pesquisa. E não foi só isso. O tucano pousou para foto que foi publicada no jornal no dia da eleição. Mas quando as urnas foram abertas, a vitória foi de Jânio Quadros, que chamou a imprensa para vê-lo desinfetando a cadeira antes de ocupá-la.

No discurso, FHC sinalizou que a relação com Michel Temer, com quem manteve encontros no período para acertar o quadro eleitoral, vai muito bem, obrigado. Com mais de 13 milhões de desempregados, déficit nas constas públicas, indústrias fechando as portas e o endividamento dos trabalhadores atingindo a lua, o tucano disse que o “Brasil está avançando”.

Responsável por insuflar a campanha da antipolítica, FHC diz agora que é preciso “refazer a vida política, não desprezar a vida política”.

Ele afirmou ainda que o período que os tucanos permaneceram no Planalto trouxe avanços também na área social e na saúde, não só na economia. “Demos saltos grande na saúde com o ministro José Serra. Eu uso hospital que é do SUS. Nós que fizemos o SUS, foi o Serra que fez. Outros fizeram também, mas o principal foi o Serra”, afirmou.

O governo tucano foi um desastre para o país, não foi à toa que não conseguiu eleger o seu candidato em 2002, e desde então sofreu quatro derrotas consecutivas nas urnas. Uma verdadeira surra. Serra, que FHC diz ter feito o SUS, era conhecido como ministro “Vampirão” por suas medidas de desmonte do SUS.

Por Dayane Santos |  Texto em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado

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