Pois é. Tentador, não?
Imaginar como seria viver numa aldeia saloia há alguns anos atrás. Pode ser difícil ou, até mesmo, fácil. Tudo depende da pessoa que está a fazer o exercício imaginativo. Pode também depender da experiência campestre ou urbana do individuo em causa. Dos gostos, das idades… Sim, quero crer que a idade pode ser mesmo um dos factores fundamentais.
Quem é adulto sabe, em princípio, e sem querer associar um qualquer esteriótipo, sabe como se vive num espaço rural. Sabe distinguir as ervas boas das menos boas, e quais se podem utilizar na alimentação. Sabe em que altura do ano se deve semear ou colher batatas. Sabe o que dar de comer, e quais as quantidades, aos animais que privam no dia-a-dia de uma aldeia saloia, agora ou num passado algures perdido no tempo.
Já os mais novos, ou que nunca tiveram a possibilidade de viver numa aldeia, podem ter mais dificuldade em saber como se vive em tal ambiente. Saber o bom que é ir buscar o pão saloio (o saloio original) à porta do forno a lenha, já com a manteiga pronta para entrar em acção. O cheiro do chouriço a enfeitiçar e entrar, sem pedir permissão, pelo nariz acima.
Quintinha de Monserrate “É uma Quintinha Saloia com certeza”
Dar a conhecer as tarefas do quotidiano saloio, de forma a manter viva a tradição, é o que propõe a Parques de Sintra na nova actividade: “É uma Quintinha Saloia com certeza”. A estreia é a 29 de Janeiro, às 14h30, na Quintinha de Monserrate, em plena Serra de Sintra.
É num ambiente rural do século XIX que decorre a acção. Os monitores estão vestidos à época como verdadeiros saloios e os participantes terão a oportunidade de aprender a fazer pão de modo tradicional. Executar diversas tarefas do dia-a-dia numa quinta, como recolher ovos no galinheiro, dar cenouras aos animais do cercado, ou passar pelo pomar e pela horta para conhecer os frutos e vegetais da época. Assim como, aprender, na zona das aromáticas, a reconhecer as plantas dos chás e dos temperos com a ajuda do nariz.
E sem antecipar o final da actividade (ehehe) a tarde não termina sem saborear o pão quentinho.