O comportamento do individuo em sociedade tem na génese a formação que encontra na educação o seu pilar essencial.Nesse sentido ter em linha de conta que a “corrupção” não é mais do que um reflexo da educação vigente, é, de todo, aceitável e passivo de discussão. Presente e futura.
A “corrupção” é um fenómeno cultural enraizado que só a educação conseguirá inverter e fazer alguma coisa desde que, balizada por procedimentos metodológicos convincentes a que uma boa condição de vida individual e colectiva é essencial, na justa medida em que tem sido a educação oficial ministrada, a principal mentora do actual estado das coisas neste domínio ao incentivar valores como o sucesso e a competitividade sem balizar regras de conduta e, muito menos de solidariedade, entre as pessoas.
Não é matéria que o legislador, dando seguimento a boa vontade politica, consiga de uma assentada resolver por força de Lei.
Desenraizar da matriz cultural das gentes, hábitos adquiridos, incutidos pelos progenitores e todo o meio social envolvente que se assumem “manipulados” desde o berço e se atravessa na infância aonde impera o princípio do prémio reconhecedor de boa conduta carreado por um simples “chupa-chupa” como forma elementar de obediência, não mais é possível controlar este fenómeno por indissociável do comportamento em sociedade futuro assim como da aceitação, por normal, das condutas similares.
O reconhecimento em forma de agradecimento é um acto sem condenação social plausível à luz daquilo que são as regaras funcionais do individuo enquanto parte de uma sociedade. O que já não acontece com as regras que assumem forma de Lei e que surgem para regular coercivamente o comportamento social do individuo enquanto parte de uma sociedade ao arrepio da educação vigente.
A noção geral existente no tecido social é a de que agradecer é uma obrigação para com a fonte interveniente na concretização da prestação do favor e por isso uma boa prática comum que se recomenda.
Mas também de que o agradecimento é sempre um acto puro e genuíno.
Simplesmente, o agradecimento é sempre a forma de contrapartida a troco, de algo que se recebeu. O que configura perante a Lei suborno activo e passivo.
E que, de “gesto inocente” em “gesto inocente”, se se vai construindo uma rede que muitos ajuízam de interesses de grupo que assume contornos de escala considerável e funcional e lhe facilitam a operacionalidade cúmplice de onde resulta o agradecimento: económico; exercício de cargo; de profissão ou outro. Resultados ou consequências sempre que as circunstancias o propiciam.
O pessimismo; o nada fazer; o encolher de ombros; nada resolve.
Pelo que, tudo aquilo que se faça para combater os procedimentos menos correctos e melhorar o comportamento dos indivíduos em sociedade deve ser olhado com expectativa interessada no domínio da clareza e de total transparência em todos os procedimentos: políticos; económicos; sociais e outros.
Importa implementar políticas de educação estruturadas e consistentes na formação de intelectos honestos, que tenham que ver em primeira linha com as necessidades futuras das sociedades em que os educandos serão os primeiros protagonistas de uma sociedade em construção e para cuja História contribuirão com a educação que ora lhe for ministrada.
Na actual conjuntura, o dogma não pode ser tido por utopia até porque, a civilização existente, o exige!
É um caminho que urge abrir por ser de interesse individual sobre o colectivo.
Caminho esse que já encontra eco num vasto leque de correntes do pensamento filosófico que sustenta as ideologias progressistas em rotura profunda com as ideologias conservadoras. Assim como, também é do interesse de todos os agentes económicos face à sua necessária articulação num mundo que progride em todos os domínios sem complacência para com qualquer resquício de passado que não seja o da memória das civilizações e do seu percurso.
Os paradigmas na educação entraram em rota de colisão com os métodos vigentes porque necessitam de romper com o conservadorismo para passarem a ter em conta a preparação do futuro, em que os valores primordiais deixarão de ser o prémio ou a contrapartida, para serem a realização pessoal num contexto de serviço social coletcivo.