“Conversão de S. Paulo”, de Caravaggio. Esta pintura será, provavelmente, a mais revolucionária de toda a história da arte sacra.
Esta pintura será, provavelmente, a mais revolucionária de toda a história da arte sacra. A imagem iluminada emerge do fundo escuro, o que faz esse efeito de luz ser a marca inconfundível do caravagismo tenebrista, que iria abalar toda a pintura do Maneirismo, já sem resposta aos novos anseios do Barroco.
Trabalho muito polémico este, em que o grande plano do cavalo foi entendido como uma ofensa à significação de deus. Caravaggio contra-argumentou que não sendo a figura divina, o cavalo recebia, no entanto, a luz directa de deus. Estamos perante um mestre das trevas e um militante da contra-corrente estabelecida pelos efeitos da Contra-Reforma.
Informação adicional
Artista: Caravaggio
Dimensões: 2,30 cm × 1,75 cm
Local: Capela Cerasi, Santa Maria del Popolo, Roma, Itália
Material: Óleo sobre tela
Criação: 1600-1601
Movimento: Barroco
Nota de edição
Caravaggio 1903-1962
Sobre Caravaggio foi dito que foi um revolucionário, quer pela sua vida turbulenta, quer pelo facto da sua pintura ter proposto uma oposição consciente ao Renascimento e ao Maneirismo.
Procurou, sempre, a intensidade de efeitos através de veementes contrastes entre o claro e o escuro que modelam as figuras e objectos, e através de uma presença física de um vigor incomparável. Ao evitar qualquer vestígio de idealização e fazer do realismo a sua bandeira, Caravaggio pretendia que nenhum espectador ficasse indiferente aos seus quadros.
Considerado o maior pintor italiano de seu tempo, aprendeu a pintar com Simone Peterzano e, sobretudo, a partir do estudo das obras de alguns artistas venezianos. Algumas de suas obras são rejeitadas pelo naturalismo com o qual aborda as paisagens bíblicas, mas não faltaram mecenas dispostos a adquirir de bom grado aqueles quadros que o clero não via com bons olhos.