A população em situação de rua está totalmente fora da política de contenção do vírus no Brasil.
O debate sobre o coronavírus – COVID-19 entrou ou de certo modo invadiu, casas, ambientes de trabalho, igrejas, comércios, as redes sociais e outros espaços, falando sobre os riscos de contaminação e sobre as medidas de saúde, contenção, isolamento. Inclusive este último fator, o do isolamento, nos abre uma fenda enorme de discrepância. Isolamento para quem? Só para quem tem um teto para ficar debaixo! Isso exclui do debate quase 200 pessoas que vivem em situação de rua em Palmas, no Tocantins. Pessoas que rotineiramente são invisibilizadas, tem seus direitos violados e desassistidas de cuidados. Como ficam essas pessoas? Quais políticas públicas temos hoje voltado para esse público?
A população em situação de rua está totalmente fora da política de contenção do vírus no Brasil. É só olhar as principais medidas de tentar frear o avanço do vírus: ficar em casa e higienizar sempre as mãos (água tratada e sabão). Sabe-se que essa população tira seu sustento da rua, expondo-se ao perigo de ser contaminadas. Exercem trabalho como guardar carros, reciclagem, pedindo dinheiro ou comida em restaurantes, comércios. Aglomeram-se para tomar banho debaixo de pontes, para dormir em grupo por causa dos perigos da rua, em frente a igrejas, prédios públicos, bancos, feiras, praias e outros.
Essa população sempre está em situação de vulnerabilidade e dessa vez não é diferente. A falta de políticas públicas para eles, o corte nos recursos dos serviços de garantia de direitos, projetos de inserção e fechamento de projetos como o Palmas que te acolhe, os coloca também como grupo de risco.
O momento é de muita solidariedade, cuidado e atenção com todos, o que sugere inserir também a população em situação de rua, além de pressionarmos em um outro momento, por serviços públicos que os atendam.
por Patrick Sousa, Estudante de gestão pública do Instituto Federal de Tocantis – IFTO | Texto em português do Brasil
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