Xi Jinping teve de reconhecer publicamente que o coronavirus 2019-nCoV está “em expansão acelerada” e que “a situação é grave”.
Para o “imperador” Xi, o ano do porco foi mau mas o agora começado ano do rato ameaça ser pior. A primeira grande vitima da epidemia viral, que assola a China e já chegou aos quatro cantos do mundo, é a credibilidade do Estado chinês.
Tal como como aconteceu em 2018/19 com a febre suína que dizimou toda a suinicultura chinesa e tinha acontecido com outros desastres e catástrofes (terramotos incluídos) a única cadeia de comunicação, comando e controlo que funcionou foi a militar. Todas as outras (tanto as do PC como os aparelhos civis do estado chinês) colapsaram. O estado chinês quer-se omnipotente mas revela-se incapaz de resolver uma simples peste suína… O que isto mostra ao mundo é algo que Xi preferiria, certamente, que não fosse conhecido.
A imagem da China no mundo sofre assim uma rude perda de credibilidade. Mas também a confiança da população chinesa nos seus governantes e no ‘imperador’ sofre um enorme abalo. Afinal, quando há problemas nada funciona… Ora, a legitimidade do poder político chinês assenta no pacto “ausência de liberdade contra garantia de segurança e de desenvolvimento”.
Se sobre a segurança o que se vê é a sua ausência, esta epidemia vai pesar também muito sobre o desenvolvimento já colocado em apuros pela política económica de Trump. O crescimento económico da China em 2020 está já mais que ameaçado…
As fraquezas estruturais do poder político chinês (um estado em que apenas a cadeia militar parece ser capaz de funcionar em situações de crise) são assim postas a nu pelo coronavirus 2019-nCoV. Daí que as autoridades chinesas tenham tudo tentado para encobrir a situação (perdendo assim um tempo precioso) até esta se ter tornado incontrolável.
Exclusivo Tornado / IntelNomics