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Director

Independente
João de Sousa

Sábado, Dezembro 21, 2024

Covid-19: Veja a linha do tempo das controvérsias de Bolsonaro e Trump

Veja uma linha do tempo, desde o início da epidemia, que relaciona o avanço de óbitos com medidas governamentais e declarações chocantes de Trump e Bolsonaro.

Após as repercussões negativas das últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ao mostrar desdém pelos mortos da covid-19, ele tentou se defender dizendo que a imprensa distorceu suas palavras. Questionado sobre o número crescente de mortos, ele disse: “E daí?!”, alegando que não pode fazer milagres.

Mas estas não foram as primeiras declarações ignorando o sofrimento das milhares de famílias brasileiras diante da epidemia, nem minimizando a gravidade do cataclismo sanitário.  Desde o início, sem a formalidade de pronunciamentos preparados, ele se expressa de forma inapropriada para um estadista, sabotando o combate sério e científico da epidemia.

Curiosamente, suas manifestações fazem paralelo com aqueles de Donald Trump, o presidente dos EUA, a quem admira. Os discursos e ideias relacionadas com a pandemia se equiparam ipsis literis, no sentido de desinformar a população e tumultuar o trabalho de agentes de saúde. Ambos acreditam que não serão responsabilizados pelo caos epidêmico e pela crise econômica decorrente, por terem sido contra as medidas científicas e o controle do contágio.

Suas contradições se expressam na medida em que mantém médicos e cientistas no controle da epidemia, enquanto discursam o avesso do que recomendam seus subordinados. Tanto o Dr Fauci, nos EUA, quanto o Dr Mandetta, no Brasil, aplicaram as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) até onde puderam. Mandetta acabou exonerado.

Veja abaixo uma linha do tempo, desde o início da epidemia, que relaciona o avanço de óbitos com medidas governamentais e declarações chocantes de Trump e Bolsonaro:

 

Data Mortes e fatos/BR Bolsonaro Mortes e fatos/EUA Trump
31/dez A China reporta a descoberta
do coronavírus à OMS. Primeiro caso reportado na província de Hubei ocorreu
em 17 de novembro. O Pentágono divulga, ainda em novembro, relatório falando
em doença cataclísmica e fora de controle em Wuhan, na China.
21/jan Primeiro caso confirmado nos
EUA
22/jan Sobre estar preocupado com a doença: “Não. De modo
nenhum. E nós temos isso totalmente sob controle. … Vai ficar tudo bem.
31/jan Aeroportos fechados para a
China
“… Achamos que terá
um final muito bom para isso. Isso eu posso te garantir”.
9/fev 34 brasileiros de Wuhan, são
repatriadospara uma quarentena.
“Eu acho que o vírus
vai ficar – vai ficar bem.”
20/fev Governomonitora
um caso suspeito no RS, que foi descartado; apenas um de SP é investigado
“Eu acho que vai dar
certo. Acho que quando chegarmos a abril, com o clima mais quente, isso tem
um efeito muito negativo sobre esse e aquele tipo de vírus. Então, vamos ver
o que acontece, mas acho que vai dar certo. ”
22/fev Nós praticamente acabamos com o vírus
vindo da China. Vai ficar tudo bem.
23/fev O calor poderia limitar a propagação
do vírus e fazê-lo “desaparecer” até abril
24/fev Nós
temos essa doença totalmente sob controle. O mercado de ações está começando a
parecer muito bom pra mim.
26/fev Confirmado primeiro caso em São Paulo. “É mais
uma gripe que vamos atravessar”, disse o ministro Mandetta.
Primeiro contágio comunitário documentado
na Califórnia.
Quando
você tem 15 pessoas – e as 15 em alguns dias caírem para quase zero – esse é
um bom trabalho que fizemos. Nós estamos realmente preparados.
27/fev Dólar bate recorde nominal de R$ 4,477. “Estamos
tendo problemas nesse vírus, o coronavírus. O mundo todo está sofrendo”.
28/fev Ministério
da Saúde lança
campanha publicitária orientando hábitos como lavar as mãos, usar álcool em
gel e não compartilhar objetos pessoais. São 182 casos suspeitos em
monitoramento em 16 estados.
Primeira morte registrada. Isso
vai desaparecer. Um dia, é como um milagre, desaparecerá.
29/fev Brasil
confirma segundo caso
importado da Itália.
5 mortes Os
EUA estão liderando na testagem para o coronavírus.
2/mar Dados indicam a
confirmação de 2 casos e monitoramento de 433 suspeitos. Não há evidências
de circulação sustentada do
vírus no Brasil
6 mortes. Trump diz que a vacina vai ficar
pronta logo e rápido, mas Fauci corrige dizendo que isso ocorrerá dentro de
um ano ou um ano e meio.
4/mar Mais um caso importado da
Itália, confirmado em São Paulo.
11 mortes.  Câmara aprova ajuda emergencial, mas Trump
assina só dois dias depois.
O governo Obama “não fez
nada sobre” a gripe suína .
5/mar Sobe para 8 o número
de casos confirmados no Brasil. Foram
adquiridas 500 mil máscaras do modelo N95 e quase 19 milhões de máscaras
cirúrgicas, além de óculos, álcool em gel e luvas.
12 mortes.
6/mar 13 casos confirmados 15 mortes. Trump mente que qualquer
pessoa que queira pode fazer o teste. Algo que, mesmo meses depois, continua
sendo difícil para a maioria.
O CDC e a minha administração estão fazendo um grande trabalho em
controlar o coronavírus.
9/mar São 25 casos no Brasil.
Médicos começam a testar hospitalizados com problemas respiratórios, mesmo
não tendo viajado.
Nos Estados Unidos, diz que
a epidemia está superdimensionada, talvez por motivos econômicos.
23 mortes
10/mar Bolsonaro ainda nos Estados
Unidos, minimiza de novo a epidemia, após queda mundial das bolsas de
valores. De lá, volta com casos de coronavírus no avião.
Obviamente, temos, no momento, uma crise, uma pequena
crise. No meu entender, muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que
não é isso tudo que a grande mídia propala ou propaga pelo mundo todo.
30 mortes Apenas fique calmo. Isso vai
embora.
11/mar 52 casos. OMS declara que é
uma pandemia. Mandetta critica demora da declaração.
O que eu ouvi
até o momento é que outras gripes mataram mais do que esta.
38 mortes. EUA se fecham
para Europa e Trump diz que tratamentos serão gratuitos. OMS declara que é
uma pandemia.
Eu acho que vamos superar
isso muito bem.
Os seguros de saúde
prometeram renunciar a todas os copagamentos para o tratamento com
coronavírus.
13/mar Primeiro paciente
diagnosticado é curado.
Bolsonaro se irrita com
encontros de Mandetta com governadores de SP e RJ.
48 mortes. Declaração de
Emergência Nacional e anuncia que o Google vai lançar um site sobre testes
que não existe.
É totalmente desnecessário
testar assintomáticos. Isto vai passar. Não, eu não tenho responsabilidade
alguma (sobre a falta de testes)
15/mar Bolsonaro incentiva e
participa de manifestações públicas contra o Legislativo e o Judiciário.
Mandetta criticou quando Bolsonaro esperava que ele o defendesse.
Classificou de
“extremismo” e “histeria” medidas para controlar a
pandemia e sugeriu que existem “interesses econômicos”.
“Em 2009, 2010, teve crise
semelhante”.
73 mortes
16/mar Se justificou pelas críticas
a participação em manifestações, dizendo que precisa dar o exemplo.
Não é tudo isso que dizem. 95 mortes. Se você está falando sobre o
vírus, não, isso não está sob controle de nenhum lugar do mundo. Eu estava
falando sobre o que estamos fazendo estar sob controle, mas não estou falando
sobre o vírus.
17/mar Primeira morte notificada
nem fazia parte dos números oficiais, assim como outras cinco do mesmo
hospital. São 291 casos oficiais. Começa quarentena no RJ. Bolsonaro diz que
vai fazer festinha de aniversário com convidados.
Esse vírus trouxe uma certa
histeria.
A vida
continua, não tem que ter histeria. Não é porque tem uma aglomeração de
pessoas aqui e acolá esporadicamente que tem que ser atacado exatamente isso.
121 mortes. Eu sempre soube que isso era real.
Que era uma pandemia. Eu senti que era uma pandemia muito antes de ser
chamada de pandemia.
18/mar Entrevista coletiva com
máscaras é criticada pelo uso errada dos equipamentos.
Já tivemos
problemas mais graves no passado que não tiveram essa comoção toda, repercussão
toda, por parte da mídia brasileira.
171 mortes. “Os governadores deveriam estar
fazendo muito desse trabalho. O governo federal não deveria estar lá fora
comprando grandes quantidades de itens e depois enviando. Você sabe, não
somos balconistas,” disse sobre a compra de EPIs
20/mar 11 mortes Depois da facada, não vai
ser uma gripezinha que vai me derrubar!
309 mortes.
21/mar 18 mortes. Bolsonaro acusa
governadores de causarem desemprego com medidas de isolamento social.
Eu estava
achando que ele estava exagerando. Tanto é que ele foi bastante
questionado ontem quando falou uma palavra que não era adequada para aquele
momento, foi o colapso.
374 mortes
22/mar 25 mortes. Bolsonaro revoga trecho de MP que autorizava
a suspensão de salários por 4
meses. À noite, emite MP que suspende pedidos via Lei de Acesso à
Informação (LAI) enquanto durar a pandemia.
O povo saberá
que foi enganado por esses governadores e por grande parte da mídia nessa
questão do coronavírus. Espero que não venham me culpar lá na frente pela
quantidade de milhões e milhões de desempregados
509 mortes. À medida que o cansaço com
as sugestões de tratamento não verificáveis de Trump continua, o Dr. Fauci diz
à revista Science que ele “não pode pular na frente do microfone e
empurrá-lo para baixo. OK, ele disse isso. Vamos tentar corrigi-lo da próxima
vez.”
23/mar 34 mortes Não dá para fazer mais do
que estamos fazendo.
689 mortes.
24/mar 47 mortes. Mandetta
diz que o “o travamento do país é péssimo para a área da saúde”. Seguindo discurso de Bolsonaro,
também afirmou que alguns governadores “passaram do ponto” nas
iniciativas de isolamento e fechamento de atividades.
À noite, Bolsonaro faz pronunciamento
criticando o pedido para que as pessoas fiquem em casa e culpa a mídia por espalhar “sensação de pavor”.
Se fosse contaminado, eu
nada sentiria, ou sentiria, quando muito, uma gripezinha ou resfriadinho.
Outros vírus mataram muito mais.
957 mortes. Trump diz que
quer reabrir o país até 12 de abril.
A “cura” não pode ser
“pior que o próprio problema”.
25/mar 57 mortes. Começa novo
protocolo de enterros. Sob boataria de demissão, Mandetta critica quarentena
dos estados.
Bolsonaro anuncia que pedirá ao Ministério da Saúde
que oriente apenas o isolamento de pessoas dos grupos de risco —
doentes crônicos e idosos — e de contaminados, o chamado isolamento vertical.
“Brasileiro pula em esgoto e
não acontece nada”.
1.260 mortes.
26/mar 77 mortes. Bolsonaro decreta
que atividades religiosas são essenciais à rotina
O brasileiro precisa ser
estudado, porque não pega nada. O cara pulando no esgoto, sai, mergulha, e
não acontece nada com ele. O povo foi enganado este tempo todo sobre o vírus.
Eu acho que não vai chegar a esse ponto.
1.614 mortes. A CIA adverte
seus funcionários a não tomar hidroxicloroquina, o medicamento divulgado pelo
presidente, porque pode resultar em morte súbita.
Não acredito que você
precise de 40.000 ou 30.000 ventiladores. Você entra em grandes hospitais às
vezes e eles têm dois ventiladores. E agora, de repente, eles estão dizendo:
‘Podemos pedir 30.000 ventiladores?
27/mar 92 mortes. Governadores
reclamam do confisco pelo Governo Federal de respiradores comprados para
atender suas demandas locais.
Não estou acreditando nesses
números de SP. A maioria das mortes não tem nada a ver com o coronavírus.
2.110 mortes. Trump assina
projeto de lei de gastos emergenciais de US $ 2,2 trilhões para famílias,
pequenas empresas, governos locais e saúde
28/mar 114 mortes. Estudo
britânico estima que Brasil poderia ter mais de 1.150.000 mortes, sem nenhuma
estratégia de isolamento adotada, com 187.700.000
infectados.
Mandetta pede a
Bolsonaro que não diminua a gravidade da pandemia e reafirmar que não apoia a
tese de isolamento vertical. Também criticou carreatas pedindo a retomada de
atividades.
2.754 mortes
29/mar 139 mortes. Bolsonaro vai
às ruas conversar com pessoas em cidades da região de Brasília. Disse
que estudava um decreto para
determinar a retomada das atividades no país.
“O vírus precisa ser
enfrentado como homem, não como moleque. É a vida! Todos nós vamos morrer um
dia.”
3.251 mortes
30/mar 159 mortes. Chegam primeiros
500 mil testes rápidos doados ao governo. Mandetta é excluído de coletiva,
conduzida por militar.
Vai morrer gente? Vai! 4.066 mortes. Diante da
explosão de casos, todos lamentam falta de testes e ineficiência dos que
existem.
Meu governo herdou testes
defeituosos .
1/abr 241 mortes. Vírus é igual uma chuva.
Você vai se molhar, mas não vai morrer afogado.
6.394 mortes.
2/abr 327 mortes. Brasil recomenda
uso de máscaras para todos. Mandetta janta com presidentes do Congresso, que
recusam jantar com Bolsonaro na mesma noite.
Bolsonaro admite crise com
Mandetta e seu protagonismo. “Alguns
profissionais” do Ministério ajudaram com o clima de histeria e pânico.
Voltou a defender o isolamento de grupos de risco.
“Tá com medinho de pegar vírus? Tá de
brincadeira! O vírus é uma coisa que 60% vai pegar”, disse ridicularizando
quem se protege.
7.576 mortes. 6,6 mi pedem
seguro desemprego. Estados governados por democratas informam que o governo
federal está apreendendo seus suprimentos de EPI.
“Quantidades maciças de
suprimentos médicos estão sendo entregues diretamente aos estados e hospitais
pelo governo federal. Alguns têm apetite insaciável e nunca são satisfeitos
(política?). Lembre-se, somos um apoio para eles ”, tuitou o presidente.
Ao longo da semana anterior,
em várias ocasiões, o presidente também tentou culpar o governo Obama por
deixar um estoque “vazio”, uma declaração falsa.
3/abr 365 mortes. Pesquisas revelam aprovação
de Mandetta e desaprovação de Bolsonaro.
8.839 mortes. Máscaras de
pano são recomendadas.
Eu não me vejo fazendo isso:
vestir uma máscara facial enquanto saúdo presidentes, primeiros-ministros,
ditadores, reis, rainhas – simplesmente não me vejo.”
4/abr 445 mortes. 10.384 mortes. Trump empurra
a hidroxocloroquina como tratamento para covid-19
“Pegue. O que você tem
a perder?”
5/abr 487 mortes. “A hora dele não chegou ainda, mas vai
chegar. A minha caneta funciona”.
11.793 mortes. Não podemos esperar levar
alguns anos para testar a potência da hidroxocloroquina.
6/abr 566 mortes. Militares
evitam demissão de Mandetta.
Mandetta
reitera necessidade do isolamento social e mostra incômodo com as críticas
que “trazem dificuldade” ao ambiente. Saiu em defesa da ciência e
menciona o Mito da Caverna, uma alegoria entre o conhecimento e o
obscurantismo.
13.298 mortes. Doença se
torna o principal motivo de mortes no país.
7/abr 688 mortes. Governo
contabiliza 53 milhões de EPIs distribuídos no SUS. Testes são 137,4 mil. 100
centros pesquisam tratamentos com cloroquina, hidroxicloroquina e
azitromicina.
15.526 mortes. Trump afirma
que aumentou em 1.790.000 os testes em todo o país. Na verdade, a média de
testes foi de 147.000 por dia nesse período. Os EUA estavam atrasados na
testagem em relação a outros países.
É mais do que qualquer outro
país do mundo, portanto, temos mais casos.
8/abr 800 mortes. Em
pronunciamento, Bolsonaro
anuncia importação de insumos para produção de hidroxicloroquina, mesmo sem
comprovação de eficácia e riscos. Ele voltou a atacar governadores e
prefeitos.
17.691 mortes. Surge a
primeira ameaça de cortar o financiamento americano à OMS. Trump remove o Inspetor
Geral do Comitê de Responsabilidade pela Resposta Pandêmica.
Em resposta a perguntas
sobre a mudança de cargo, o presidente Trump insinua que há muitos
inspetores-gerais sobrando do governo Obama e que há relatos de viés. O
inspetor em questão atuou desde Clinton e Bush no cargo.
A OMS recebe grandes
quantias de dinheiro dos Estados Unidos. … Eles estão errados sobre muitas
coisas. E eles tinham muitas informações cedo mas parecem muito centrados na
China. E temos que investigar isso.
09/abr 941 mortes. Bolsonaro vai a
uma padaria, onde abraça apoiadores e causa aglomeração. Foi flagrado
limpando o nariz e, em seguida, cumprimentando apoiadores, como uma idosa com
máscara, em passeio no dia seguinte.
“Cada vez mais, o uso da
cloroquina se mostra como algo eficaz”.
19.802 mortes.
10/abr Ultrapassados os mil mortos.
Manaus colapsa diante da falta de profissionais de saúde. Morre primeiro
indígena em RR.
22.038 mortes. Em uma entrevista coletiva,
a resposta do presidente Trump à pergunta de um repórter sugere que o
presidente confunde o coronavírus com bactérias resistentes a vários
medicamentos.
12/abr 1.223. Mandetta é
entrevistado no Fantástico, da Globo, e critica flexibilização da quarentena.
“O brasileiro não
sabe se escuta o ministro ou o presidente”.
Quarenta dias depois, parece
que está começando a ir embora a questão do vírus.
25.789 mortes.
13/abr 1.328 mortes. 27.515 mortes. Trump
reivindica autoridade ‘total’ sobre governadores para reabrir economia.
Trump retweeta a hashtag
#DemiteFauci, gerando rumores. Fauci se desculpa com Trump por defender que a
quarentena pode ter salvado vidas.
Esta é uma decisão
do Presidente, e por muitas boas razões .
14/abr 1.552 mortes. Com primeira
morte no TO, todos os estados registram óbitos.
Mandetta percebe erro da
entrevista no Fantástico e perde apoio de militares.
30.081 mortes. Trump suspende
o financiamento da OMS enquanto se aguarda a investigação do governo sobre a
forma como a organização lidou com a pandemia de coronavírus.
A realidade é que a OMS não
conseguiu obter, examinar e compartilhar informações adequadamente, de
maneira oportuna e transparente. … A OMS não abordou nenhuma dessas
preocupações nem forneceu uma explicação que reconheça seus próprios erros,
dos quais houve muitos.
15/abr 1.760 mortes. Bolsonaro
procura por substituto de Mandetta, enquanto o ministro discursa em clima de
despedida.
Mandetta diz a
Veja: “Isso cansa! Sessenta dias tendo de medir palavras. Você conversa
hoje, a pessoa entende, diz que concorda, depois muda de ideia e fala tudo
diferente. Você vai, conversa, parece que está tudo acertado e, em seguida, o
camarada muda o discurso de novo. Já chega, né? Já ajudamos bastante”
32.712 mortes.
16/abr 1.952 mortes. Um mês
depois do primeiro óbito, país chega a 2 mil casos. Bolsonaro exonera o ministro Mandetta e apresenta o oncologista Nelson Teich. Folha divulga operação de guerra do governador do
Maranhão, para driblar governo federal e trazer respiradores da China.
34.905 mortes. Trump anuncia
suas diretrizes para Abrir a América Novamente.
18/abr 2.347 mortes. Ninguém disse que seria
diferente, mas o pavor foi demais.
39.331 mortes. Trump e CDC
emitem diretrizes aos estados para reabrir negócios e economias locais
20/abr 2.588 mortes. “Eu não sou coveiro”, sobre
o número de mortes.
42.853 mortes. Um diretor de
organismo de pesquisa é afastado do cargo por não cortar financiamento de
pesquisas improvisadas para corroborar recomendações da hidroxicloroquina de
Trump.
22/abr 2.924 mortes. Mais de mil
novos óbitos em apenas sete dias. Taxa de ocupação de UTIs é quase total nas
capitais mais atingidas.
47.894 mortes. Trump assina
ordem executiva restringindo green cards alegando evitar desemprego de
americanos. Desempregados são agora 26 mi
23/abr 3.331 mortes. Recorde registra 407 mortes em 24 horas.
Ministro da
Saúde, Nelson Teich, diz
não ser possível interpretar os dados e concluir se há indicativo de avanço
da doença ou de diagnósticos médicos. Para ele, o foco é “ter ações”, mas não
detalha o que pensa.
50.234 mortes. “Então veja o desinfetante, que
reage em um minuto. Um minuto. E existe uma maneira de fazer algo assim, por
injeção ou quase uma limpeza. … Portanto, seria interessante verificar
isso. Vamos precisar dos médicos pra isso. Mas parece interessante para mim”.
Um dia depois, o presidente
afirma que estava sendo sarcástico “para com os repórteres … só para
ver o que aconteceria”.
27/abr 4.603 mortes. Mesmo sem indícios de arrefecimento da epidemia, Teich, começa a explicar como será a saída gradual do isolamento social. 56.796 mortes.
28/abr 5.083 mortes. E daí? Lamento. Quer que eu
faça o que? Eu sou Messias, mas não faço milagre.
59.266 mortes.
29/abr 5.466 61.656 mortes.

Texto em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado

 


 

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