A discussão volta a estar na ordem do dia. Cada vez mais crianças tomam antipsicóticos e outros medicamentos psiquiátricos para tratar a hiperactividade e défice de atenção. O salto verificado nos últimos dez anos reacende a polémica sobre uso da substância utilizada no tratamento do chamado Transtorno por Deficiência de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
De acordo com o Infarmed, foram vendidas mais 30 mil embalagens de Metilfenidato que em 2013. A substância (comercializada em Portugal com os nomes Ritalina, Concerta e Rubifen) é receitada sobretudo nos hospitais públicos e em clínicas privadas a crianças e adolescentes entre os 5 e os 19 anos.
Os números têm vindo a aumentar, sobretudo desde 2010. Só no ano passado, foram vendidas mais de 276 mil embalagens destes medicamentos – que são prescritos a adultos com doenças graves do foro mental e para tratar a esquizofrenia.
O TDAH é um transtorno neurobiológico caracterizado pela falta de atenção, inquietude impulsividade e dificuldade de concentração. A doença passou a ser mais conhecida e estudada a partir da década de 1980 e é reconhecida oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, muitos especialistas alertam para os erros de diagnóstico e os efeitos da “pílula da discórdia” no desenvolvimento de crianças perfeitamente saudáveis.