“Muita parra e pouca uva” é o resultado de uma maioria absoluta que se pretendia sólida e capaz no combate político e económico em defesa dos interesses do Estado e, da melhoria das condições de vida das populações no País, para ultrapassar as adversidades já previsíveis no tempo. A que acresce a estabilidade política e, social.
Como tudo correu mal a direita avançou e os seus agentes já exigem o impossível depois de conseguirem o possível. Um Governo que perdeu o rumo do Estado Social e se deixou enredar numa teia de interesses de onde não consegue, ou não quer, sair.
Aquilo que está em causa é a dissolução da Assembleia da República e a convocação de novas eleições.
Simplesmente, a atual conjuntura política e social não o aconselha e por isso o PR não o fará.
No PS a sua ala direta está demasiado frenética tendo ao tempo em que conseguiu a maioria absoluta pressionado o seu Secretário Geral a chamar para o Governo figuras não aconselháveis para as pastas das finanças, negócios estrangeiros e outras, personalidades com histórico curricular que a comunicação social já devassou e continuará a devassar até conseguir os seus intentos com facilidade.
É óbvio que a culpa não é do mensageiro. A culpa é sempre do protagonista. Até porque, a impunidade a que vínhamos assistindo não há muito tempo, começa a deixar de o ser e o futuro aconselha a que ninguém esteja acima da Lei. Mesmo nos casos em que a Lei foi feita a feitio. Porque, não raramente, o feitiço se vira contra o feiticeiro.
Mesmo assim, o Primeiro Ministro manteve a tónica nas novas nomeações nomeadamente na Saúde onde o histórico associado ao perfil se previa ser dissecado por todos os quadrantes político; sociais; económicos; e outros; tendo em conta o peso social do Ministério num tempo em que as vozes que auguram o fim do Serviço Nacional de Saúde já conseguiram o protagonismo desejado e as valências rentáveis possíveis.
No tempo da geringonça a instabilidade política era outra e o Governo manteve a confiança política e por isso conseguiu uma maioria absoluta que só lhe trouxe dores de cabeça e a citada ala direita começa já a pedir a sua substituição lançando dissimuladamente as raízes para que se realize um Congresso Nacional Extraordinário.
Toda esta situação terá consequências nefastas mas eleições autárquicas locais onde, ao que parece, não aprenderam nada com o que se passou em Famalicão, está a passar em Barcelos, Amares, e em outras Concelhias.
O Pedro Nuno dos Santos não devia ter aceite a continuidade no cargo porque o logro para lhe manchar a imagem estava montado.
No entanto, saiu no tempo certo e pretexto correto.
Ao ponto de António Costa já ter vindo a público dizer que admite ser recandidato ao lugar porque os Álvaros, Assis, Sócrates, e outros, não tendo conseguido o objetivo, ficaram sem espaço no partido para apresentar um candidato ganhador.
Entretanto, na sequência das demissões ocorridas, eis que as promoções e nomeações aparecem já as parangonas da suspeição que não ajuda ninguém: nem o Governo nem a Nação.
A oposição trauliteira aguarda; as políticas neoliberais do Governo não surtem efeito social; e o PSD tem medo de arriscar o seu eclipse político para o CHEGA e a IL.
O neoliberalismo já funciona a meio gás sendo que, a sua implementação está a ser dolorosa para as populações o que condicionará as próximas eleições Legislativas.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90