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João de Sousa

Sábado, Novembro 2, 2024

Da incerteza à utopia

J. A. Nunes Carneiro, no Porto
J. A. Nunes Carneiro, no Porto
Consultor e Formador

DIA 15, FALAMOS

A actual crise terá, certamente, efeitos muito fortes e negativos na economia mundial e, em especial, em países menos robustos como Portugal.

I

A actual situação nascida pela pandemia do COVID-19 evidencia um conjunto de factos e de ideias que, ultrapassado o enorme problema, teremos de ponderar e, sobretudo, encarar de frente e tomar decisões.

II

Assim, ao correr da pena, valerá a pena pensar nos seguintes:

  • A excessiva dependência dos consumidores e dos mercados em relação aos produtos produzidos na China (e na Ásia).
  • A instabilidade global decorrente dessa dependência que, em momentos de crise e sobressalto, nos torna indefesos pois, em muitos casos não existem alternativas dada a moda da deslocalização da produção para países mais competitivos e geradores de maiores lucros.
  • A triste agonia do jornalismo com muitos dos órgãos de comunicação social (especialmente as televisões) que se limitam à produção de peças “jornalísticas” pouco ou nada esclarecedoras: repetitivas, pouco documentadas, imediatistas e sensacionalistas, raramente se preocupando com o rigor da investigação que pudesse conduzir à compreensão e à contextualização dos factos.
  • O impressionante mar de mentiras (boatos e outras distorções) que inundam as redes sociais induzindo os seus frequentadores em erros, difundindo frases alarmistas, substituindo a consulta de fontes fidedignas e criando um clima social de tensão desnecessário. Clima esse que, rapidamente, se traduziu em alarmismo e em compras excessivas.
  • A notória falta de preparação de muitos países para reagir a situações de crise de dimensão e que foram apanhados de surpresa, sendo depois lentos a reagir e nem sempre com uma estratégia (a Itália é disso o melhor exemplo).

 

III

A actual crise terá, certamente, efeitos muito fortes e negativos na economia mundial e, em especial, em países menos robustos como Portugal.

O modelo da globalização que vivemos há mais de 20 anos está longe de ser uma garantia de desenvolvimento, tranquilidade e bem estar.

Uma recessão é, infelizmente, previsível. Estamos a viver uma crise cujas consequências todas ainda não conseguimos prever. Mas, esta é também uma oportunidade importante (ou até única) de procurar verdadeiramente um outro modelo de desenvolvimento que gere novas soluções e que, centrado nas pessoas e nas suas necessidades, contribua para o desenvolvimento sustentado dos países e para a qualidade de vida dos seus cidadãos.

Vivemos, há anos, uma época de incerteza. Agora, temos de dar passos concretos no outro sentido buscando uma sociedade mais justa, mais equilibrada, mais tolerante, mais solidária, mais aberta e mais justa.

Esta utopia não é nova mas é cada vez mais necessária.


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