DIA 15, FALAMOS
Ter resignação; aceitar pacientemente o que se apresenta ou acontece
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Ter resignação; aceitar pacientemente o que se apresenta ou acontece. = CONFORMAR-SE, SUJEITAR-SE
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in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
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Há dias, estava a ouvir, num programa de rádio, uma reportagem sobre uma organização que distribui alimentos a pessoas em situação de carência ou sem abrigo. Depois de perceber a dimensão (imensa) desta ajuda, o jornalista entrevistou uma mãe, beneficiária desta iniciativa solidária.
Retive uma frase incómoda desta mulher: “a minha filha e eu já estamos habituadas a comer pouco”.
Pois é, em Portugal, no século XXI, continua a haver pessoas com fome ou com extrema dificuldade de acesso a bens tão essenciais como alimentação e saúde. A situação não é, infelizmente, novidade para ninguém. A pandemia agravou ainda mais a realidade de muitas pessoas e de muitas famílias. E, por este andar, o problema crescerá nos próximos meses (ou anos).
Mas voltando à frase: quanta resignação é possível ter para a conseguir pensar e verbalizar? Como é possível habituar-nos a esta tragédia? Como é possível que esta família não tenha direito a uma alimentação diária, digna e suficiente? Como é que não se encara de vez a introdução de um Rendimento Mínimo e Universal como uma opção solidária, justa e humana?
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O Portugal que todos somos, o país que renasceu no 25 de Abril de 1974, não será um verdadeiro país enquanto existirem casos destes.
Basta de palavras simpáticas. Temos de agir e de acabar com estas misérias. A resignação desta mulher é também uma vergonha nossa.
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