Alguns conselheiros militares de presidentes norte-americanos – Obama, Clinton Trump, estiveram por minutos na televisão americana, o tempo suficiente para os espectadores entenderem a dificuldade que todos têm em explicar de modo convincente alguns pormenores de gravidade maior: … quem combate na Síria, quantos exércitos e facções se confrontam, quem são e a quem obedecem, quais são os aliados norte-americanos, que estratégia, para além de vencer a guerra, tem a Administração Trump. Perguntas diretas do jornalista (CNN e Time) Fareed Zakaria tinham já, em algumas ocasiões, provocado grandes constrangimentos: afinal quais são as regras do jogo?
Recorde-se, para dar uma ajuda: combatentes a favor do Estado Islâmico temos o Boko Haram (na Nigéria, Níger, Chade e Camarões), o Wilayat Sinai (no Sinai), o Wilayat Barqa (na Líbia), o Wilayah Khorasan (no Afeganistão e Paquistão), a Brigada dos Sunitas Livres de Baalbek (no Líbano). Do lado contrário, em coligações: na Síria e no Iraque: Estados Unidos (também na Líbia e em Camarões), Reino Unido, Austrália, França, Países Baixos, Jordânia, Marrocos, Bélgica, Dinamarca.
Intervindo apenas na Síria: Bahrain, Qatar, Arábia Saudita Turquia, Emirados Árabes Unidos.
Coligação RSII: Rússia, Síria Irão, Iraque, Milícias xiitas iraquianas Hezbollah.
Forças locais no Iraque: Governo Iraquiano (apoiado pelas coligações lideradas pelos EUA e pela Rússia), milícias xiitas: (apoiadas pelo Irão), Asa’ib Ahl al-Haq, Organização BadrKata’ib, Hezbollah, Brigada do Dia Prometido.
No Curdistão iraquiano Curdistão: Flag of Iraq, Turkmen Front.svg, Frente Turcomena Iraquiana (apoiada pela Turquia), Unidades de Proteção do Planalto de Nínive.
Forças locais na Síria. Forças locais no Líbano.
Intervenção na Líbia: Egito, Líbia, Argélia. Aliança Militar Islâmica.
Intervenção na Nigéria: Boko Haram (juntou-se ao Estado Islâmico em 2015), Nigéria, Camarões, Chade, Niger, Burundi e Estados Unidos.
Este é um resumo.
Entretanto, o primeiro-ministro iraquiano Haider al-Abadi declarou vitória das tropas iraquianas na reconquista de Mossul contra o Daesh. Em abril, o chefe do Estado-Maior da Defesa do Iraque, o marechal Uzman al-Ganmi, anunciava em comunicado que a batalha terminaria num prazo máximo de três semanas, (o que significava antes do Ramadão, o mês sagrado para os muçulmanos, que começa a 27 de maio e que foi violado de forma infame pelos radicais do Daesh, que atacaram e invadiram mesquitas e outros locais sagrados, incluindo o mausoléu do Ayatollah Khomeni, no Irão).”O comandante-chefe das forças armadas, Haider al-Abadi, chegou à cidade libertada de Mossul e felicitou os heroicos combatentes e o povo iraquiano pela grande vitória”, refere um comunicado emitido pelo gabinete do seu governante.
A ser verdade, a batalha entre as tropas iraquianas contra o Daesh durou cerca de nove meses. Há quem considere que os interesses internacionais mudaram nos últimos meses e que, na realidade, o Daesh ficará para já circunscrito, como outras forças parecidas que, no passado, atuaram em nome do capital e de negócios nada ideológicos ou religiosos deixando rastos de sangue e inenarráveis genocídios como grande heroísmo dos seus mercenários assassinos.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90