No final da passada semana, quase coincidindo com o abandono das funções de deputado, foi revelado o destino do ex-presidente do PSD e ex-chefe de governo.
Pelas páginas do Negócios ficámos a saber que «Passos vai dar aulas de Administração Pública e Economia» em três universidades diferentes.
Lembrando que o seu antecessor na chefia do Governo trocou também os corredores do poder pelos duma universidade, só que este fê-lo na qualidade de estudante enquanto «Passos Coelho vai ser professor de Administração Pública», algo que qualquer ignaro cidadão percebe que se adequa perfeitamente com o perfil dum primeiro-ministro que se destacou na tentativa de destruição da própria Administração Pública.
O convite a Passos Coelho para ocupar um lugar de professor catedrático convidado pressupõe o reconhecimento da sua competência científica, pedagógica ou profissional (o que quer que seja que isso significa, depois de casos como o de Miguel Relvas) na área da Administração Pública, facto que me leva (e seguramente muitos comigo farão coro) a reduzir as expectativas face aos futuros quadros dessa administração, já por demais desgastada pela regular transumância praticada pelos inúmeros “jotinhas” que nela pululam há demasiado tempo, e a questionar se serão escolhas desta natureza que contribuirão para o prestígio de um ensino superior que deveria ser um farol de cultura e exigência.