O debate quinzenal desta tarde, que António Costa “reservou” para debater o Plano de Reformas apresentado no dia anterior, ficou marcado pela troca de acusações entre o primeiro-ministro e o líder da oposição Passos Coelho. O deputado “laranja” acusou Costa de apresentar meros objectivos e de tomar medidas “erradas”. Costa disse que erradas eram as medidas de austeridade do anterior Governo.
Passos Coelho apontou o fim os exames no ensino como exemplo de uma “estratégia errada”, mostrando-se contudo disponível para debater outras propostas do Governo. António Costa respondeu, apelidando de errada a estratégia do anterior Executivo de cortar rendimentos.
O primeiro-ministro recorreu ainda ao exemplo dos exames trazido ao debate: “A diferença de estratégia é que, para nós a prioridade é promover o sucesso educativo das crianças. Quanto mais exames, mais chumbos existem, mais se apura a raça dos eleitos”, afirmou.
BE quis saber metas de criação de emprego
Por sua vez, Catarina Martins, porta-voz do Bloco de Esquerda, questionou o primeiro-ministro acerca das “metas líquidas de emprego” que irão constar no Plano de Estabilidade, ao que António Costa respondeu, dizendo não ter “um número mágico, do qual resulte uma forma de emprego” para o país.
“Se não tivermos emprego, este plano de reformas vale zero”, sublinhou Catarina Martins, recordando que o PS tinha, antes de ser Governo, uma “previsão muito precisa de mais de 200 mil empregos em quatro anos”. A líder bloquista quis saber ainda “qual a meta líquida de emprego que estará no Plano de Estabilidade”.
O primeiro-ministro defendeu-se com as medidas constantes no plano, iniciativas “que visam efectivamente agir sobre o emprego, como o combate à precariedade, a reabilitação urbana, políticas de inovação e capitalização das empresas”.