A notícia sobre a possível quebra do controverso acordo é divulgada pelo Daily Express. Tudo porque o presidente turco, Tayyp Erdogan acusou ontem a UE de «abrir as portas a terroristas», na sequência das recentes exigências de Bruxelas para Ancara alterar as suas leis de contenção do terrorismo.
Num discurso ameaçador, recusando qualquer alteração à legislação recentemente aprovada pelo seu país, Erdogan instou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a «seguir o seu caminho, que nós seguimos o nosso».
Eventual fim do acordo levanta questões sobre refugiados
A Comissão Europeia concordou em isentar os cidadãos turcos de vistos para circularem no espaço Schengen caso a Turquia alterasse as suas leis anti-terrorismo, actualmente usadas para perseguir jornalistas e críticos do Governo de Erdogan.
Na iminência de ser revertido, o acordo UE-Turquia levanta agora novas questões sobre o problema dos refugiados. Recorde-se que a Turquia concordou receber refugiados expatriados pela Europa, num acordo que seria a porta de entrada daquele país para a União Europeia.
No entanto, no seu discurso mais recente, Erdogan perguntou à Europa «porque não muda primeiro a sua mentalidade, que permite que terroristas montem tendas à porta do Parlamento Europeu»? O presidente turco questionou ainda: «Deixam os terroristas acampar e depois dizem que é em nome da democracia». Para Erdogan, «estamos num ponto sem retorno».
Por sua vez, o deputado europeu Guy Verhofstadt, que fez campanha contra as «brutais» leis anti-terrorismo da Turquia, defendeu que «enquanto esse assunto continuar a ser alvo de divergência, o Parlamento Europeu não deve apoiar esta proposta de liberalização dos vistos».