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Independente
João de Sousa

Terça-feira, Novembro 5, 2024

Em defesa da Catalunha

Não entendo porque é que em Portugal há tanto azedume para com os independentistas catalães, por mais críticas que se possam fazer à maneira como o processo foi conduzido por Puigdemont.

Logo Portugal, um país que teve de lutar ao longo de séculos, de armas na mão, para obter, primeiro, e garantir, depois, a sua independência.

Já nos esquecemos de que o exercício de acesso ao generalato, em Espanha, era “Como ocupar Portugal”? E isto até ao 25 de Abril?

O direito à autodeterminação não existe, em democracia?

Porque é que a Escócia pôde votar livremente sobre a questão da independência e a Catalunha não o pode igualmente fazer?

Claro que hoje Castela já não fuzila, como o fez num passado não muito distante, os líderes catalães…

Mas 30 anos de cadeia e processos em massa só porque se quis exercer um direito internacionalmente reconhecido? Algo vai mal no reino da Espanha..

Pode-se ou não apoiar a independência, o que não se pode é negar o direito de um povo a decidir livremente do seu próprio destino.

Se a lei instituída, a norma consagrada, o cânone vigente fossem os únicos critérios, não havia Cristo, Erasmo de Roterdão, Lutero, Galileo Galilei… Viveríamos ainda sob a regra do per sécula seculorum… As caravelas nunca teriam partido…

O nacionalismo catalão não é uma invenção do Puigdemont – tem raízes seculares e merece tanto ou mais respeito do que qualquer um dos que emergiram da ex-Jugoslávia – todos abençoados pela UE, mesmo o do inexistente Kosovo!

Goste-se ou não, vai continuar a existir e os catalães têm todo o direito de votar livremente para decidir sobre o seu próprio destino. Mesmo que seja para concluírem – como o fizeram para já os escoceses que não vão se separar…

Mas por decisão própria, não por imposição de Madrid.

 

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