Depois de persistente investigação, a ISO reconhece a prática rogériográfica. Com um intervalo de poucos dias, duas notícias:
- Uma, dando-me conta de que uma organização privada, aceite pela nova competência autárquica, desenvolve em sala de aula uma converseta marada, de introdução ao deus-nos-valha e a introduzir as crianças no ideário do neo-liberalismo;
- Outra, que me dá muito orgulho, o ter reconhecida a geringonça rogériográfica com a qualificação de, em caso de necessidade, passar atestados de insanidade.
Começando por esta última, é de realçar não serem muitas as instituições nacionais a receber confiança da ISO (International Organization for Standardization, com sede na Suiça) para poder passar, a partir de rogériografias e outras técnicas rogériográficas, atestados de degenerescência do ambiente mental de agrupamentos escolares.
Junto à notificação, seguia o sêlo, com a recomendação do procedimento, nos seguintes termos: que seja, sempre que os agentes rogériografados apresentem sintomas de insanidade, afixados em locais visíveis, à entrada da escola, na secretaria, à porta da sala dos professores e nos gabinetes dos directores, o símbolo da certificação (e adiantava pormenores sobre locais e dimensões recomendadas).
Também no papel timbrado em toda a correspondência entre a escola e os pais o sêlo deverá se apenso, em local destacado.
Percebi que esta honorabilidade me havia de lançar em trabalho árduo, pois logo me ocorreu o que tinha sido a primeira notícia, já referida acima (Denúncia). Dela, destaco este arrepio que (ainda) me percorre a espinha, pois se trata de crianças dos 3º e 4º anos:
«…serão abordadas temáticas como “a importância da moeda e dos bancos, meios de pagamento, crédito, seguros e planeamento e gestão de um orçamento familiar. Desta forma, procura sensibilizar as crianças para as questões da sustentabilidade e cidadania.»
Querem fazer das crianças mentes insanas? Se a ISO me pede isso, desisto!