A democracia é um exercício de engenharia mental complexa e, por isso, de difícil compreensão e subsequente aceitação por parte da capacidade de raciocínio estagnado em torno de um determinado estádio: o da evolução aparente que se presume ser uma evolução natural da espécie.
Assim sendo, os procedimentos cognitivos despertos “emperram” por nunca terem sido confrontados com o futuro previsível em contra ciclo com as rotinas instituídas relativas ao passado para construir o presente na História.
Numa análise ligeira às diversas eras passadas com progressão evolutiva da espécie em um tempo demasiado longo a perceção é a de que o correr vagaroso do tempo histórico motivou laxismo cognitivo da mente na espécie Humana.
Com as eras das revoluções agrária e industrial todos os procedimentos aceleraram resultando em modelos políticos diferentes de forma a que a capacidade reativa e interativa Humana se ajustassem a ciclos de mudanças permanentes de onde a organização democrática se destaca dando mostra de ser a engenheira organizativa mais eficaz na arquitetura das civilizações e consequente organização das sociedades nos seus pilares sociais: o político e o económico.
Nesse sentido os vários modelos de organização desde a era das tribos nómadas até ao atual estádio de sedentarização do Homem, que tiveram na liderança absoluta o seu epicentro ao longo dos tempos, sempre com predominância para o “quero, posso e, mando!”, mais pela força da vontade do que pela necessária resposta às necessidade das civilizações.
Até porque, o sentido de posse transitado de geração em geração assim o impunha.
Com o crescimento exponencial da densidade Humana no Planeta, as necessidades do Homem enquanto Ser aumentaram a necessidade em implodir o conceito de posse individual em favor do direito à posse do coletivo sobre todos os bens naturais pilares da sua independência económica e nacional em face de todas as alterações que ditarm a sobrevivência Humana.
É nessa senda que emerge o modelo democrático de organização política que tem permitido aos diversos países resultantes de lutas fratricidas entre os povos com diversas culturas e estádios civilizacionais, a capacitação das suas populações através de processos educativos de forma a encarar o futuro onde os paradigmas serão completamente diferentes e a equidade na distribuição das matérias primas um imperativo social.
Acresce a tudo isso a conclusão de que:
- Esse, é o atual dilema da Humanidade!
A repartição daquilo que são os bens comuns com equidade e justiça.
Um dilema encarado pelas atuais gerações em disputa contemporânea como algo que lhes passa ao lado.
Sendo que:
- tudo lhes passa ao lado desde que a culpa seja considerada como sendo da geração anterior e o dilema um problema que as gerações futuras terão de resolver;
- até a pandemia do Covid 19 foi “programada” para ter como inimigo principal as gerações mais idosas e como vítimas as gerações mais jovens garantes do futuro da Humanidade atoladas em compromissos;
A geração atual parece conseguir assim passar entre os “pingos da chuva” enquanto enterra os mais velhos e enterra também o futuro dos mais novos atolado em compromissos financeiros que não assumiram mas que terão de cumprir sob pena de que outras crises lhes caiam em cima e fiquem sem soluções plausíveis de sobrevivência.
É da vida! Dirão alguns. Quiçá, a grande maioria dos espevitos.
Os mesmos que ajuízam a democracia como sendo “a praia dos políticos” que são gente com quem não querem nada. Nem sequer ouvir falar em tais personagens que consideram inimigos, imagine-se, da própria democracia! Surreal. Mas, é a evidência…
No entretanto, nas entrelinhas do texto onde o personagem principal é a vida, colocam-se evidências incontornáveis:
- a educação;
- o conhecimento;
- as soluções;
Estes serão os desafios de hoje para o amanhã que começou ontem.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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