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João de Sousa

Sexta-feira, Novembro 1, 2024

Democracia, pandemia e educação

A democracia é um exercício de engenharia mental complexa e, por isso, de difícil compreensão e subsequente aceitação por parte da capacidade de raciocínio estagnado em torno de um determinado estádio: o da evolução aparente que se presume ser uma evolução natural da espécie.

Assim sendo, os procedimentos cognitivos despertos “emperram” por nunca terem sido  confrontados com o futuro previsível em contra ciclo com as  rotinas instituídas relativas ao passado para construir o presente na História.

Numa análise ligeira  às diversas eras passadas com progressão evolutiva da espécie em um tempo demasiado longo a perceção é a de que o correr vagaroso do tempo histórico motivou laxismo cognitivo da mente na espécie Humana.

Com as eras das revoluções agrária e industrial todos os procedimentos aceleraram resultando em modelos políticos diferentes de forma a que a capacidade reativa  e interativa Humana se ajustassem a ciclos de mudanças permanentes de onde  a organização democrática se destaca dando mostra de ser a engenheira organizativa mais eficaz na arquitetura das civilizações e consequente  organização das sociedades nos seus pilares sociais: o político e o económico.

Nesse sentido os vários modelos de organização desde a era das tribos nómadas até ao atual estádio de sedentarização do Homem, que tiveram na liderança absoluta o seu epicentro ao longo dos tempos, sempre com predominância para o “quero, posso e, mando!”, mais pela força da vontade do que pela necessária resposta às necessidade das civilizações.

Até porque, o sentido de posse transitado de geração em geração assim o impunha.

Com o crescimento exponencial da densidade Humana no Planeta, as necessidades do Homem enquanto Ser aumentaram a necessidade em implodir o conceito de posse individual em favor do direito à posse do  coletivo sobre todos os bens naturais pilares da sua independência económica e nacional em face de todas as   alterações que ditarm a sobrevivência Humana.

É nessa senda que emerge o modelo democrático de organização política que tem permitido aos diversos países resultantes de lutas fratricidas entre os povos com diversas culturas e estádios civilizacionais, a capacitação das suas populações através de processos educativos de forma a encarar o futuro onde os paradigmas serão completamente diferentes e a equidade na distribuição das matérias primas um imperativo social.

Acresce a tudo isso a conclusão de que:

  • Esse, é o atual dilema da Humanidade!

A repartição daquilo que são os bens comuns com equidade e justiça.

Um dilema encarado pelas atuais gerações em disputa contemporânea como algo que lhes passa ao lado.

Sendo que:

  • tudo lhes passa ao lado desde que a culpa seja considerada como sendo da geração anterior e o dilema um problema que as gerações futuras terão de resolver;
  • até a pandemia do Covid 19 foi “programada” para ter como inimigo principal as gerações mais idosas e como vítimas as gerações mais jovens garantes do futuro da Humanidade atoladas em compromissos;

A geração atual parece conseguir assim passar entre os “pingos da chuva” enquanto enterra os mais velhos e enterra também o futuro dos mais novos atolado em compromissos financeiros que não assumiram mas que terão de cumprir sob pena de que outras crises lhes caiam em cima e fiquem sem soluções plausíveis de sobrevivência.

 É da vida! Dirão alguns. Quiçá, a grande maioria dos espevitos.

Os mesmos que ajuízam a democracia como sendo “a praia dos políticos” que são gente com quem não querem nada. Nem sequer ouvir falar em tais personagens que consideram inimigos, imagine-se, da própria democracia! Surreal. Mas, é a evidência…

No entretanto, nas entrelinhas do texto onde o personagem principal é a vida, colocam-se evidências incontornáveis:

  • a educação;
  • o conhecimento;
  • as soluções;

Estes serão os desafios de hoje para o amanhã que começou ontem.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90


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