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João de Sousa

Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Desertificação. É tempo de agir!

O problema entre o falar e o agir tem condicionantes conhecidas desse sempre em todos os domínios.

Desde as assessorias, pareceres técnicos, consulta publica, definição dos Planos Diretores Municipais, entre outras ferramentas técnicas, tudo é apresentado como desculpa para a inercia do planeamento sustentável das cidades; das florestas; da biodiversidade; dos ecossistemas; entre outros; de onde sobressai a insensibilidade, força motriz da incompetência mas também do oportunismo bacoco que empurra muitos agentes políticos para a devassa publica e processos judiciais deixando de fora os beneficiários dos esquemas e outras metodologias mais sofisticadas.

Há demasiados interesses financeiros envolvidos e articulados entre si que se sobrepõe aos interesses sociais das comunidades e que por isso não olham a meios para atingir os fins fazendo valer a influencia que detém como o comprovam as mudanças de cor política dominante em vários municípios sem que essas mudanças tenham tido qualquer influencia nos procedimentos operacionais ou sequer na implementação de novas políticas sociais; de gestão; e outras.

A densidade habitacional ora em processo de conversão em densidade de escritórios para os serviços públicos e privados e de superfícies comerciais em geral nos grandes centros urbanos empurra as pessoas para o “arco periférico” motivando o esvaziamento cosmopolita para novas urbanizações onde o custo da habitação é mais acessível e os pequenos serviços técnicos encontram mercado a que acresce o acolhimento das populações do interior do território motivado pela desarticulação de serviços mínimos elementares como o são a saúde, a educação, a justiça, e outros serviços essenciais que perdendo os seus clientes obrigam as pessoas deles dependentes a procurar nas urbes periféricas condições de sobrevivência.

Esta mega concentração das pessoas motivada por mera questão económica de governação, mas também de aumento de riqueza individual e de grupos económicos, diminuindo custos operacionais e outros, obriga à imigração das populações do interior do território provocando a sua desertificação a curto e médio prazo com as consequências que já se conhecem, mas que, o poder, teima em omitir ter total responsabilidade nessa circunstância.

A desertificando das aldeias e outras povoações de onde retiram a escola, o serviço de saúde, a justiça e outros, a pequena indústria e comercio que encerram por falta de rendibilidade, dão origem ao abandono dos territórios com enfoque para as localidades serranas e a “fuga” das suas populações ativas para onde lhes são proporcionadas condições básicas de sobrevivência:

  • O emprego;
  • A habitação;
  • A escola;
  • O acesso à formação nos seus vários patamares;
  • O acesso à saúde;
  • O acesso aos tribunais e demais serviços de apoio jurídicos;
  • Em suma; as condições mínimas elementares para uma vida em sociedade civilizada e moderna;

O fenómeno da especulação imobiliária surge como consequência da eliminação de terrenos agrícolas de baixo custo para os investidores que ao abrigo do PDM e outros artefactos os transformam em zona urbana com o máximo índice de implantação o que lhe aumenta o valor pecuniário motivado pela procura de habitação ser superior à oferta sobrevalorizando áreas especificas em favor do enriquecimento fácil de alguns e do empobrecimento das populações em geral que veem os seus terrenos ser desvalorizados e ao abandono.

É pratica corrente a classe politica em campanha eleitoral prometer tudo, mas depois de eleitos, a sua ação não corresponder ao espectável por não ser capaz – ou não querer – inverter um processo que tem décadas e lhes serve de subterfugio para desculpa das desgraças alheias que provocam, aumentando esse risco porque não só não redefinem o desenho arquitetónico existente; não estudam com a profundidade exigível a mobilidade das pessoa; não implementam soluções politicas com vista a encontrar as soluções mínimas que garantam a estabilidade emocional dos seus munícipes.

Fica no cidadão eleitor uma dúvida:

– Afinal, esta gente candidata-se para resolver os problemas das pessoas ou para resolver a sua vida?

A evidencia mostra que muitos há que resolvem a sua vida e que outros há que querem resolver os problemas conjunturais herdados e que colocam em risco a vida das pessoas e do meio.

Urge por isso travar a desertificação que promove:

  • O abandono do território;
  • A insustentabilidade regional;
  • A morte da biodiversidade;
  • O desordenamento florestal;
  • Entre outros.

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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