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Domingo, Novembro 3, 2024

Destino de Pássaro

Filipa Vera Jardim
Filipa Vera Jardim
Mantém o blogue literário “Chez George Sand” onde escreve regularmente.

Poema de Filipa Vera Jardim

Destino de Pássaro

Há pássaros que levantam voos sempre que perdemos a esperança. Ou será que o fazem, porque não sabemos onde deixamos o destino?

Um dia percebi que não tinha sorte de homem. Nem tempo de homem. Só o espaço infinito dos azuis, que se sobrevoam sempre que somos livre.
Nesse dia, abri os braços e deixei-me voar.
Impregnei-me de azul e deixei-me voar.
Foi assim que ganhei asas.
O tempo escoava-se por entre a ventania.
O espaço, numa demência volteante, a raiar o círculo do horizonte.
Confesso que tive medo.
Esperava-me o ar. Completo. Translúcido. Ora morno, ora gélido. Ora suave, ora tempestuoso.
Deixei-me pairar nesse abraço de coisa alguma. Tão ou mais cerrado, do que um beijo de brisa… e achei-me, pássaro!


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