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Independente
João de Sousa

Segunda-feira, Dezembro 23, 2024

Dignidade! Somente…

Para apreciação, se o tiverem por oportuno, lanço um desafio a Vossas Excelências sobre o juízo que fazem de um conceito que todos deveríamos defender, pugnar e respeitar, e que ao que parece, temos visão diferente sobre a essência, o corpo e a sua prática.

O conceito é simples na expressão verbal, DIGNIDADE, mas… de complexidade acrescida, quando se apuram responsabilidades inerentes ao desempenho, articulação e disseminação na expressão cultural, e gravoso quando a responsabilidade das pessoas envolvidas é pública e publicamente se inverte o princípio para viciar o fim.

A dignidade é um valor que marca indelevelmente o caráter do indivíduo:

  • A sua formação intelectual;
  • A dimensão do seu saber;
  • A verticalidade da sua estatura social;
  • A forma de ser e de estar em comunhão com a sociedade no seu todo.

Em suma: a dignidade sustenta a moral que compõe a formação intelectual de cada um.

A dignidade tem sido, ao longo da História do Homem, uma referência do exemplo de abrangência global sobre que assentam os demais valores porque se rege a conduta dos Homens e de que esta Assembleia Municipal é exemplo porque quero acreditar que os partidos políticos aqui representados escolheram de entre os seus pares quem ajuizaram melhor para o desempenho de tão grande e nobre cargo.

Desde sempre que o Homem vem aperfeiçoando o sentido da essência que dá corpo à dignidade.

– Seja-o no âmbito das crenças; da evolução da vida em sociedade; dos modelos económicos; sociais; ou dos regimens políticos;

Ou seja: Do somatório da dignidade de cada um resulta aquilo que é a dignidade de uma comunidade local e a identifica como sendo mais civilizada, ou menos civilizada. Sinal que reporta a dignidade para o núcleo central da civilização e não permite distorções de analfabetismo saloio numa cidade que é referência  internacional no conhecimento, na inovação aplicada e emergente, de uma revolução tecnológica em curso.

Não é, por isso, intelectualmente correta, a manipulação dos conceitos quando a sua inversão distorce algo que é demasiado caro aos povos, ao mundo, à vida, e, sobre tudo ao cidadão eleitor.

Tentar atribuir a um sinal exterior de sobranceria do exercício de cargo público estatuto condigno nada tem que ver com a dignificação do que quer que seja e muito menos com a do seu usufrutuários porque veicula conduta de quem nos deve a obrigação da prestação de contas. Do erário público e do comportamento político.

Supúnhamos nós, eleitores, que a despesa orçamentada vocacionava a criação de condições para que a dignidade da vida dos cidadãos viesse a melhorar. Não podemos aceitar é que, afinal, nos digam que se está a melhorar a dignidade de quatro paredes aonde alguém trabalha.

Importa por isso lembrar que os eleitos devem respostas aos eleitores e que essas respostas tem sempre a premissa da promessa eleitoral que foi feita e nada mais. E que por isso a sua dignidade é o quotidiano dos atos que pratica. Não se inventa, nem propala. Simplesmente… Pratica-se!

… Com dignidade!

A dignidade tem uma outra componente social relevante que registo com mágoa. Segundo as Instituições ligadas à problemática da pobreza extrema, esse fenómeno, no nosso Concelho, tem tido um aumento exponencial. Há um crescente aumento de dificuldade na aquisição de medicamentos e de géneros alimentares. Condição de conjuntura política e social internacional e local que não dignifica ninguém:

  • Nem os Homens que acumulam riqueza;
  • Nem os Homens que recorrem à caridade para tentar minimizar a pobreza;

E muito menos os Homens que se servem da caridade para tornar a pobreza em uma forma de dependência e de submissão que esmaga e destrói a dignidade de outros Homens que por condição se encontram nas franjas dispensáveis das sociedades modernas e no limiar da marginalidade que segrega.

Todos os Homens têm direitos. Sendo o que o direito global que resulta da Carta Universal dos Direitos Humanos é o de ter dignidade em toda a dimensão da sua existência!

Senhoras e Senhores.

Pagamos impostos para colher benefício social coletivo no quadro dos deveres e direitos que delimitam a dignidade do caráter comum.

Não pagamos impostos para que outros colham benefício e que incluso nesse benefício esteja o espezinhar da dignidade social e coletiva. E muito menos pagamos para que alguns dos beneficiários sejam aqueles que elegemos. Porque vos elegemos para gerir a coisa e as causas daquilo que é do cúmulo público, com dignidade!

O que a não acontecer, aumenta a já paupérrima crença, desacreditando por inteiro todos os agentes políticos, mesmo aqueles que estão acima de qualquer suspeita, e, sobre tudo, coloca em causa a dignidade exigível para o exercício de cargo para que cada um foi eleito.

Que cada um de vós tire ilação plausível desta minha opinião é o meu sincero desejo e que produza opinião melhor o desafio que deixo.

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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