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Sexta-feira, Dezembro 20, 2024

Ditadura da Bolívia emite mandado de prisão contra Evo Morales

M. Azancot de Menezes
M. Azancot de Menezes
PhD em Educação / Universidade de Lisboa. Timor-Leste

A auto-proclamada presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, tal como era previsível, emitiu um mandado de prisão (ilegal) para Evo Morales. Os golpistas, com o apoio dos EUA, procuram a todo o custo pretextos para incriminar e prender Evo Morales.

Recorde-se, Evo Morales, vencedor das eleições de 20 de Outubro, saiu do poder depois do golpe militar encabeçado pelo General Kaliman, com o apoio dos EUA. Sabe-se agora que este general vive nos EUA e terá recebido um milhão de dólares.

Brasil de Jair Bolsonaro foi o primeiro a reconhecer o golpe militar. O reconhecimento brasileiro de Jeanine Añez como “nova presidente” da Bolívia foi assumido com total despudor pelo ministro das Relações Exteriores brasileiro.

União Europeia (UE), de forma mais subtil, alegando a necessidade de novo pleito eleitoral para “apaziguar os ânimos sociais”, também seguiu o mesmo caminho que o Brasil. A Alta Representante da UE para a Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, apressou-se a declarar que a UE apoiava novas eleições na Bolívia, ou seja, Federica, ao invés de condenar, de forma escandalosa, oficializou o golpe de estado.

A constatação de ter havido um golpe militar foi igualmente admitida pela Rússia. Sergey Narishkin, director do SIE, no canal russo Sptunik, declarou que os EUA estão envolvidos na crise política da Bolívia e no golpe de estado que obrigou Evo Morales a renunciar.

Esta acusação de Narishkin, seguiram-se às declarações públicas de Sergei Ryabkov, Vice-Chanceler russo, ao afirmar que tudo o que se passou antecipadamente “à troca de poder na Bolívia nós consideramos como actos equivalentes de facto a um golpe de Estado”, portanto, não tenhamos dúvidas, se somarmos também outras evidências, está demonstrado o envolvimento dos EUA no processo de preparação e de consumação do golpe”.

Medida judicial ilegal e baseada em rumores

A medida judicial ilegal baseia-se em rumores de que Evo Morales terá tido conversas com antigos membros do governo com o objectivo de se planear protestos contra o golpe militar.

No passado dia 25 de Novembro, neste jornal, Rússia acusa EUA de envolvimento no golpe militar da Bolívia afirmei que a estratégia da auto-proclamada presidente da Bolívia, para além de querer impedir Evo Morales de candidatar-se às novas eleições que estão a ser preparadas pelos golpistas,  com o apoio da União Europeia, Brasil e EUA, tinha como objectivo acusar e tentar incriminar Morales como terrorista internacional. As práticas dos ditadores nunca enganam..


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