Não sou economista, mas preocupa-me o estado da nossa economia e a sua evolução. Os números da dívida pública divulgados pelo Banco de Portugal estão no limiar dos 250 mil milhões de euros – cada português deve 25.000 de euros – é quase uma vez e meia o que produzimos anualmente.
Eu sei que Portugal inteiro está de férias e não quer saber nada disto. Se o crescimento da economia for próximo de 3% e a inflação 1,5%, será possível reduzir o peso da dívida no PIB.
A confiança regressou, e isso deve-se ao Governo de António Costa, justiça seja feita. Mas como a confiança regressou o endividamento também. Os empréstimos concedidos às famílias para consumo e outros fins estão com uma taxa de crescimento anual de 5%.
Somos uma geração herdeira do crash. Desde 2007 que a nossa economia sofre sequelas da crise. A crise financeira foi superada graças aos resgates bancários massivos e a uma austeridade inimaginável, as consequências ainda são visíveis.
Convém, que se aprenda com o passado recente. Os bancos devem ter uma regulação financeira mais precisa e reformas adequadas para que não volte a acontecer novo crash e resgate. Espero que este governo tenha assimilado as lições pelo que Portugal passou. Convém, que este Governo modere esta tendência das famílias para se endividarem, para evitar males futuros.
A compra de carros aumentou exponencialmente e o aparato está a voltar. Portugal país de novos-ricos que só vivem de carros novos – Mercedes, BMW e Audi. Talvez, todos os portugueses deveriam passar por uma livraria, comprar livros relacionados com as causas da presença da troika no nosso país e lerem-nos.
O país não pode ser bipolar, em que a seguir a uma austeridade férrea entra na euforia dos gastos. Pode-se viver bem sem ter de trocar de carro e mudar de casa. Um pouco de contenção e de outros valores não nos ficaria nada mal.
Já é tempo de Portugal se tornar uma pessoa de bem, cumprir com as suas obrigações e não gastar mais do que pode. E, sinceramente há um enorme grupo de portugueses: sensatos, realistas, contidos, equilibrados e poupados. Que estão fartos de pagar com língua de palmo os gastos de um grupo de portugueses: desvairados sonhadores, vorazes, instáveis e gastadores.
Para não falar no bando de gatunos, burlões, larápios, patifes e escroques com responsabilidades políticas, que assolou e ainda assola o nosso querido país.