John Birks “Dizzy” Gillespie foi um trompetista de jazz americano, líder de banda, compositor e cantor. Gillespie foi um virtuoso e improvisador de trompete, que construiu o seu som sobre o estilo de Roy Eldridge, ao qual juntou uma complexidade harmônica e rítmica anteriormente inédita no jazz. A sua combinação de musicalidade, carisma e sagacidade fez dele um dos principais divulgadores da corrente do jazz chamada bebop. A boina e os óculos de armação de osso, as bochechas salientes e a personalidade alegre e comunicativa tornaram-no num dos símbolos mais proeminentes do bebop. Na década de 40, Gillespie, bem como Charlie Parker, tornou-se uma figura central no desenvolvimento do bebop e do jazz moderno. Ensinou e influenciou muitos outros músicos, incluindo os trompetistas Miles Davis, John Faddis, Fats Navarro, Clifford Brown, Arturo Sandoval, Lee Morgan, Chuck Mangione, e Johnny Hartman. Scott Yanow, da AllMusic, escreveu: As contribuições de Dizzy Gillespie para o jazz foram enormes. Um dos maiores trompetistas de jazz de todos os tempos, Gillespie era um intérprete tão complexo que os seus solos se tornaram semelhantes aos de Miles Davis e Fats Navarro. Só com o aparecimento de John Faddis, na década de 1970, é que o estilo de Dizzy foi recriado com sucesso. Indiscutivelmente, Gillespie é lembrado, tanto por críticos quanto por fãs, como um dos maiores trompetistas de jazz de todos os tempos “.
O mais novo de nove filhos de James e Lottie Gillespie, Dizzy Gillespie nasceu a 21 de outubro de 1917 em Cheraw, Carolina do Sul. O seu pai era um líder de banda local, que morreu quando ele tinha apenas 10 anos. Na sua família os instrumentos sempre fizeram parte da educação das crianças. Dizzy começou a tocar piano aos 4 anos e aprendeu sozinho a tocar trombone e trompete aos 12 anos. Desde que ouviu Roy Eldridge na rádio (mais tarde o seu ídolo), passou a sonhar tornar-se um músico de jazz. Ganhou uma bolsa de música para o Instituto Laurinburg, na Carolina do Norte, a qual frequentou durante 2 anos até se mudar para Filadélfia com a família. O seu primeiro trabalho profissional foi com a Frank Fairfax Orchestra, em 1935. Posteriormente tocou com as orquestras de Edgar Hayes e depois Teddy Hill, substituindo Frankie Newton como segundo trompete em maio de 1937. Com a orquestra de Teddy Hill gravou pela primeira vez. O tema foi “King Porter Stomp”. Em agosto de 1937, enquanto trabalhava com Hayes em Washington D.C., Dizzy conheceu uma jovem dançarina chamada Lorraine Willis, que trabalhava entre Baltimore – Filadélfia – Nova York, que incluía o Teatro Apollo. Para Lorraine não foi amor à primeira vista, mas Dizzy ficou atraído de imediato, tendo o casamento ocorrido apenas em 9 de maio de 1940. Permaneceram casados até à morte de Dizzy em 1993.
Gillespie ficou com a banda de Teddy Hill mais um ano e depois saiu para integrar outras bandas. Em 1939 juntou-se à orquestra de Cab Calloway, com a qual gravou em 1940 uma das suas primeiras composições, “Pickin ‘the Cabbage”. Mas uma altercação em Dizzy e o líder da orquestra levaram Calloway a demiti-lo no final de 1941. Durante o tempo que passou na orquestra de cab Calloway, Dizzy começou a escrever músicas de big band para Woody Herman e Jimmy Dorsey, tendo colaborado com algumas bandas, principalmente com a orquestra de Ella Fitzgerald, composta de membros da banda do Chick Webb. Em 1943, passou a integrar a orquestra de Earl Hines, para pouco tempo depois se transferir para a orquestra de Billy Eckstine, um colaborador de longa data de Hines. Foi nesta orquestra que conheceu Charlie Parker, também ele membro desta formação. Em 1945, Gillespie deixou a banda de Eckstine para tocar com um pequeno combo, uma formação com até 5 músicos que incluía trompete, saxofone, piano, baixo e bateria.
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