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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

Doña Isabel de Porcel, Goya

Guilherme Antunes
Guilherme Antunes
Licenciado em História de Arte | UNL

“Doña Isabel de Porcel”, de Goya. Francisco Goya, foi um pintor e gravador espanhol.

Gosto de retratos, especialmente os que traduzam uma abordagem psicológica do retratado. Que diga ao observador alguma coisa do carácter do personagem, que se vislumbre uma orientação do pintor face à dignidade de quem posa. No caso de Goya a vantagem é notória, porque para além do seu talento inigualável, ele conviveu com aquela gente toda. Conheceu-lhes o orgulho de serem “grandes (?) de Espanha”, privilégio concedido a muito poucos dos seus compatriotas aristocratas.

Este trabalho é um dos seus mais deslumbrantes exemplos do que afirmei atrás. Vestida com a “raça” tradicional de uma “maja” que só a aristocracia de topo envergava; corpete justo sobre o corpo, que lhe realça o decote saliente, preferencialmente belo ou elegante, acompanhada da insubstituível mantilha preta e a imprescindível “peineta” que lhe alinda a cabeleira. Goya no seu melhor.

Informação adicional

Artista: Francisco de Goya
Título: Retrato de Doña Isabel de Porcel
Dimensões: 82 cm x 55 cm
Material: Tinta a óleo 
Criação: 1805
Local: National Portrait Gallery, National Gallery, Londres
Período: Romantismo

 


Nota de edição

Francisco Goya
1746-1828

Francisco José de Goya y Lucientes, mais conhecido apenas por Francisco Goya, foi um importante pintor espanhol da fase do Romantismo. Nasceu na cidade espanhola de Fuendetodos e faleceu em Bordéus (França) .

Iniciou os seus estudos na cidade de Saragoça, onde teve os ensinamentos do pintor José Luzán, que leccionava na Academia de Desenho de Saragoça. Em 1770 foi para Itália continuar os estudos, regressando no ano seguinte a Saragoça, onde foi encarregado de pintar frescos para a Catedral local.

Em 1780 foi eleito membro da Real Academia de São Fernando de Madrid, sendo admitido com um quadro intitulado «Cristo na Cruz». Em 1785 tornou-se director-adjunto de pintura da Academia e no ano seguinte foi nomeado pintor do rei Carlos III.

Em 1808, a Espanha é invadida pelas tropas de Napoleão. O artista pinta “O Colosso” (1809), onde retrata o seu horror em relação à guerra. Em 1812 morre sua mulher. Cria a série de gravuras “Desastres da Guerra”, entre elas, “O Fuzilamento” (1810). Em 1819, Goya se refugia numa casa de campo, amargurado e frustrado em relação aos homens.

Em 1820, aos 74 anos, começa a pintar, no muro de sua quinta, imagens sombrias e demoníacas chamadas “Pinturas Negras”, entre as quais o “Saturno Devorando Seu Filho” (1820) que prenunciava seu estado de espírito. Acusado de liberalismo e ameaçado de ser preso, foge para a França em 1824.


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