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Domingo, Novembro 24, 2024

Dorme filho, dorme e descansa!

Vitor Burity da Silva
Vitor Burity da Silva
Professor Doutor Catedrático, Ph.D em Filosofia das Ciências Políticas Pós-Doutorado em Filosofia, Sociologia e Literatura (UR) Pós-Doutorado em Ciências da Educação e Psicologia (PT) Investigador - Universidade de Évora Membro associação portuguesa de Filosofia Membro da associação portuguesa de Escritores

Contigo conheci melhor Creta. A romaria e os crepúsculos de Atenas, as antenas da vida e o sorriso, contigo encontrei Alexandre e todo o percurso das vozes dessa alegoria e nasci novamente

Contigo conheci melhor Creta. A romaria e os crepúsculos de Atenas, as antenas da vida e o sorriso, contigo encontrei Alexandre e todo o percurso das vozes dessa alegoria e nasci novamente como quem bebe do sangue puro da vida, da verdade, da existência, renasci de uma voz apenas lendo ilimitadas cartas em forma de cartazes nas páginas multicolores do ser, esse verdadeiro som das quimeras nas plataformas de que a vida se encarrega e nunca escorrega, dando-nos a luz neste escuro que ninguém sabe.

Bebi leite novo. Li cores novas. Senti de novo o novo nesta cabeça andoira de ventos surreais nos obstáculos infiéis, mas crus do tempo nesta estrada amarga chamada vida apenas e nela sou, nada sendo, indo apenas num caminho que construo num suor sem torpor, escrevendo eventos para saciar melodias em orquestras de símbolos canhotos tal a mão do seu jeito.

Em ti ou contigo renasci num ser que me pertence, sendo-me esta caligrafia quadrada e sem cantos como dizia físico algum desde esse tal ninguém tudo, nas aulas de quadro preto e giz branco. Num livro de resumos. Numa cabeça de retalhos. A chupeta,

“dorme filho, dorme e descansa!”

o meu pai nos açudes e a minha mãe desmembrada amando-me num lanche sem falanges, tudo num ar sério de escrivães de tribunal qualquer ensinar-nos a viver o ócio.

Contigo, percorri frankfurt soreneano e entrei pelas portas heideguerianas onde encontrei o pasto sóbrio estampado nas paredes do tempo a contarem a todos o percurso das leis da mente. Estávamos num frio para nunca esquecer, num raio nobre para recordar sempre que abrir o meu livro preferido. Contigo.

Alexandre suava, ele que sempre navegara mares de ideias revoltas e invadia até o silêncio cantou comigo neste refastelado lugar dos mundos onde havíamos nunca chegado. Tudo nos parecia como era. Lindo de mais para ser apenas belo.

“dorme filho, dorme e descansa!”

Ao fundo dos todos os todos era uma voz simplesmente bela nestes ouvidos preparados para adormecer o meu desejo cantado nos lençóis de que paz. Minha. Contigo.


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