Dormir pouco ou dormir demais não faz bem às pessoas e, de uma maneira geral, toda a gente sabe disto.
No entanto, esta semana vou expor alguns factos que podem ser interessantes, como por exemplo, que dormir pouco faz aumentar a necessidade de comer açúcar, e portanto, quem dormiu menos vai “atacar” bolos e gelados” como prémio para a descompensação.
Mas há outros dados que talvez desconheça, ainda e também ao nível dos comportamentos: vários estudos sobre esta matéria revelam que as pessoas passam a mentir mais, a roubar ou a enganar o próximo. Pode não ser de propósito, mas acontece.
Como acontece também esquecerem-se das coisas quase na exacta proporção das que estão a aprender: cerca de 40%. E, claro, o muito badalado défice de atenção.
Sabe-se também que durante a Lua Cheia dormimos menos 20 minutos e perdemos 30% do sono profundo.
Em 2014, outro estudo evidenciou que nas estradas há cerca de 17% mais acidentes de viação com pessoas com deficiência de sono.
A pele seca numa só noite de sono perdida, fazendo as linhas de rosto e rugas ficarem mais vincadas. Este insuficiente sono, incrementa a vontade de comer, logo um aumento progressivo de peso.
Ainda associado à falta de sono, temos o aumento de pressão arterial, do colesterol e a diabetes.
O sono é o infatigável amigo que nos limpa, todas as noites, as toxinas do cérebro. Precisamos muito desse tempo reparador e descansado. Uma dica para que isso aconteça? Encontre a temperatura ideal do quarto (a maioria das pessoas sente-se confortável entre os 18º e os 22º), não ingira bebidas alcoólicas à noite ou bebidas consideradas excitantes que contenham cafeína ou teína, e evite fartas refeições à noite ou antes de se deitar.
O distúrbio do sono é um ciclo vicioso que pode levar à depressão crónica e à ansiedade.
O chamado período REM (Rapid Eye Movement) ocorre ao longo da noite e durante os ciclos do sono profundo. É também nesta fase que sonhamos.
Por norma, uma pessoa pode ter por noite seis períodos de sono REM, separados por uma hora ou menos.
É durante o REM que algumas das nossas memórias e questões emocionais são processadas e resolvidas.
Para o estudioso de sono Rick Wassin, e após vários estudos, a fase REM é aquela que mais contribui para resolver e regular emoções.
Ora, se existem distúrbios durante estes períodos críticos, isso leva a que várias memórias emocionais não sejam processadas, nem resolvidas.
Outra pesquisa muito recente feita com um grupo de pessoas na Holanda, revelou que indivíduos com estes distúrbios (durante o REM), tinham mais conflitos durante o dia, tornavam-se mais agressivos e com maior tendência para procurar zaragatas e que também sofriam de um aumento de ansiedade.
Fechamos assim o ciclo vicioso: maior ansiedade durante o dia, maior dificuldade em dormir à noite.
Um adulto deve dormir 7/8 horas por dia. Mas desengane-se aquele que julga que, por dormir muito ( para cima de 9 horas), está a salvo deste tipo de perturbações. É que o “oversleep” ou “hypersomnia ” traz também alguns problemas semelhantes – ainda que não tão graves – e mesmo que não seja devido a depressão, cansaço ou gripe.
Resumindo: dormir é uma forma saudável de processar e resolver problemas. E agora que sabemos porquê, percebemos a razão da sábia expressão “dormir sobre o assunto”…
[…] Source: Dormir sobre o assunto ou uma forma saudável de resolver problemas – Jornal Tornado […]