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Terça-feira, Julho 16, 2024

É não viver, porque sim, é viver!

Vitor Burity da Silva
Vitor Burity da Silva
Professor Doutor Catedrático, Ph.D em Filosofia das Ciências Políticas Pós-Doutorado em Filosofia, Sociologia e Literatura (UR) Pós-Doutorado em Ciências da Educação e Psicologia (PT) Investigador - Universidade de Évora Membro associação portuguesa de Filosofia Membro da associação portuguesa de Escritores

Saibamos das cores entre as flores que cintilam, mora longe, muito longe mesmo esse registo de enfeites descoloridos só vocês sabem, sei e entendo.

Cada pincelada nesta aguarela é de fumos e riscos caso queiram, sei disso e que importa, não me casarei nunca, detesto o ritmo dos ócios e as frentes de ouro nas lapelas quando urgem nenhuns e nadas nesta mesa para cerimónias vampes de ilustres desfigurados e não sabem. Enfeitiçaram-me de corações que apenas a lua conseguem vislumbrar,

– acredita Ogiva,

nunca me casarei contigo, sei lá o que é isso de amores ou desertores dos espaços para imagens fundidas num carvão de vaidades, não, não quero ser profeta de pinceladas raras na cabeça dos mais comuns senhorios desta casa em forma de nada e para tantos que apenas me envernizam de cansaço.

Acreditaram num tal que procriava fumaças, desaparecido em combate, um tal de ar iorquiano e falava inglês nas esquinas da bebedeira, nunca engoliu um pólen de vinho e visitava a mãe todas as tardes depois da missa, desaparecido em combate, sim, porque procriava cadáveres pelas janelas de aviões antigos como os do Tarzan se me recordo, e morreu rodeado de montes e montanhas com lumes para aquecer o seu rico destino.

“é não viver, porque sim, é viver!”

– sabes Ogiva, viver sozinho é saudade do futuro, é sangue que jorra morto na alma despojada, numa cabeça sem vento para navegar como cimento nos passeios calcetados das passerelles do silêncio.

Apenas como uma bomba presa à mola de segurança, sinto sono, sei lá se é mesmo sono o que sinto, qualquer coisa talvez, seja o que for, que importa enquanto estiver ainda preso à mola de segurança, assim, pois, como conseguirei fugir? Explodir? Expandir?

Sim, são jardins floridos e decorados as minhas bombas e não acreditam ainda assim. E como acreditarem?

O bigode do big, um tal de fato engravatado como que piloto de naves espaciais sobrevoa a janela da minha casa. Prende-me porque sim.

– acredita Ogiva!


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