Diva da “Chanson” faleceu em 1963, aos 47 anos
Édith Piaf é um dos mais notáveis nomes da música popular no século XX. Verdadeira Diva da “Chanson Française”, a jovem Édith subiu a pulso uma carreira de sucesso, desde os seus primeiros tempos como uma simples cantora de rua. Nascida a 19 de Dezembro de 1915, Édith Giovanna Gassion (Édith Piaf), se fosse viva, faria hoje 100 anos, mas faleceu a 11 de Outubro de 1963, com apenas 47 anos.
Abandonada pela mãe à nascença, Édith foi entregue à sua avó, mas o pai, em 1916, antes de partir para a I Guerra Mundial, entregou-a à mãe, que era a “madame” de um bordel na Normandia. Segundo revelou mais tarde, quem realmente tomava conta dela eram as dez prostitutas que habitavam o prostíbulo.
O primeiro contacto com o mundo artístico aconteceu aos 14 anos, quando a jovem Édith se juntou ao pai, então um acrobata, percorrendo os quatro cantos de França em espectáculos nas ruas. Mas rapidamente, sobretudo depois de ter conhecido a sua grande amiga Simone Berteaut, a miúda Édith percebeu que também podia ter o seu próprio espectáculo de rua, cantando!
E o seu bairro parisiense de eleição, onde cantava na rua, era o Pigalle, uma zona da capital conectada com a prostituição, mas também com a boémia, com os famosos cabarets parisienses. Em 1935, Louis Leplée, dono de um cabaret para gente chique, nos Campos Elísios, viu-a a cantar em Pigalle e ficou encantado com a voz daquela jovem de pequena figura, convencendo-a a fazer carreira na “chanson”. Foi mesmo ele que a “baptizou” de Édith Piaf. Louis Leplée montou então uma original campanha de marketing junto do público, mas sobretudo junto de gente influente do meio artístico parisiense, para a grande apresentação da “Môme Piaff” (Miúda Piaf). E quando a miúda, finalmente, subiu ao palco do cabaret de Louis, na plateia estava gente importante, nomeadamente o mais famoso de todos os cantores franceses de então, Maurice Chevalier. Nesse mesmo ano, Édith Piaf iria gravar os seus dois primeiros discos.
Começava então uma carreira de enorme sucesso da cantora, que iria também participar como actriz em várias peças musicais. Uma carreira de sucesso, mas também de lágrimas e sofrimento. Infeliz nos amores, Piaf refugiou-se no álcool e nos medicamentos, perdendo peso e lucidez. Com graves complicações no fígado acabaria por falecer a 11 de Outubro de 1963 na sua residência de férias em Plascassier (Grasse), na Riviera francesa. O seu funeral para o famoso cemitério parisiense do Père Lachaise seria uma verdadeiro acontecimento nacional, seguido pelos fãs anónimos, mas também pelos famosos, desde os políticos aos artistas.
Desaparecia a mulher, mas ficava para sempre a sua ímpar obra, com “eternas” canções como “La vie en rose”, “Non, je ne regrette rien”, “Hymme à l’amour”, “Milord” e “Padam Padam” “La Foule”, entre muitas outras. Neste centenário do nascimento da artista vai ser editada uma colectânea de 20 CDs, que incluem a totalidade das gravações da Diva francesa.