Portanto, quem acredita, como eu, na construção da sociedade socialista, neste momento trava a batalha pela eleição de Lula, por ser fundamental derrotar o fascismo.
O debate político começa a esquentar. Faltam apenas quatro meses para a eleição, que definirá o futuro do país. E assim trazer a democracia de volta, com diálogo transparente, um Estado forte e políticas em favor dos interesses nacionais e do trabalho decente. E com isso, devolver o fascismo ao esgoto, de onde nunca deveria ter saído.
Como disse o meu irmão, José Carlos Ruy (1950-2021), nós fazemos a história, só não escolhemos como, porque “a história é um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue”, como cantam Chico Buarque e Pablo Milanés. Com Cazuza, cresce a certeza de que “o tempo não para” e, com Geraldo Vandré, a importância de ter “a certeza na frente”, como qualquer marxista sempre tem.
Mas não devemos nos contentar com a história oficial, contada nos livros escritos pelos donos do poder. E sim com a história das lutas do povo, da resistência à escravidão, da luta pela terra até os nossos dias, com a resistência ao fascismo e ao neoliberalismo, destruidores do mundo, da natureza e de vidas.
Realmente, a resistência nunca cessa, num país dominado por muito tempo por oligarquias e ainda hoje pela mentalidade escravocrata e pela ideologia patriarcal opressora. Vivemos em um sistema excludente por natureza. Não há igualdade sob o capitalismo.
A ideologia patriarcal procura manter incólume o Estado opressor. E atualmente domina a ideia do Estado mínimo para os mais pobres, mas o Estado máximo para os muito ricos, que se apropriam verdadeiramente de quase toda a riqueza produzida.
É nesse estágio do capitalismo que somente no Brasil mais de vinte milhões de pessoas não têm nada para comer. Outras 120 milhões comem pouco enquanto 1% da população enriquece muito com a desgraça desses milhões.
Portanto, quem acredita, como eu, na construção da sociedade socialista, neste momento trava a batalha pela eleição de Lula, por ser fundamental derrotar o fascismo e dessa forma voltarmos a respirar livremente, como tento respirar, mesmo sob a onda avassaladora do ódio e da política do medo, da total insegurança.
Neste artigo, em tom de desabafo, busca-se refletir sobre a importância vital das eleições deste ano para respirarmos liberdade, saúde, educação, cultura, ciência, esporte, lazer. Respirar para viver, não apenas sobreviver. Como o atual sistema impõe à classe trabalhadora a luta pela sobrevivência, tentando impedi-la de raciocinar e, com isso, desejar a mudança. Mas a vitória se aproxima.
A luta é para recolocar no debate a ideia da solidariedade, do afeto, da generosidade, da justiça. Lutamos contra o ódio, a misoginia, o racismo, a LGBTfobia. Lutamos pela cultura da paz, do respeito. Respeito à infância, à juventude e a todas, todos e todes. Lutamos para construir o mundo novo.
Uma luta com a certeza de que “o sol há de brilhar mais uma vez/A luz há de chegar aos corações/O mal será queimada a semente/O amor será eterno novamente”, como cantam Nelson Cavaquinho e Guilherme Brito.
E garantir nunca desesperar porque “o jeito é cavucar a Estrutura/como água mole em pedra dura/Cavucar e sonhar – Vai-Vai/Um dia a casa grande cai” (Língua do pê, de Antônio Carlos Queiroz – ACQ).
Texto em português do Brasil