A eleição da primeira vice-presidenta negra, com origem na classe trabalhadora, reforça a vontade de mudança do povo colombiano, que agora se vê representado por um presidente popular.
Com 11.281.013 votos, 50,44% do eleitorado colombiano, a dupla Gustavo Petro e Francia Márquez derrotou o candidato da extrema direita, que uniu em torno de si quase toda a elite do país, acostumada a mandar e desmandar no país vizinho do norte brasileiro.
A vitória inédita da esquerda colombiana vislumbra o caminho da unidade da América Latina e a derrota do projeto neoliberal destruidor de sonhos e de vidas nesta parte do continente.
A consagração de Francia e Petro, no domingo (19), abre um novo ciclo na Colômbia com possibilidades de combater as abissais desigualdades do país. Além disso, a eleição da primeira vice-presidenta negra, com origem na classe trabalhadora, reforça a vontade de mudança do povo colombiano, que agora se vê representado por um presidente popular e pela vice-presidenta, que já foi trabalhadora doméstica, antes de, com muito esforço, formar-se em direito e tornar-se advogada respeitadíssima.
A eleição da Colômbia mostra também a crescente força da mulher com amplificação de sua participação na política e a confiança do povo na necessidade de mais mulheres participando ativamente nas instâncias de poder e decisão.
Igual ao brasil que precisa de mais mulheres na política para o intenso combate à cultura do estupro e do ódio. A eleição de Francia Márquez, a primeira vice-presidenta negra da história do país sul-americano, mostra que nós podemos e devemos estar presentes em todos as lutas para construir o mundo novo.
Ativista antirracista, contra o machismo, defensora da preservação ambiental e dos direitos humanos, Francia notabilizou-se por estar onde o povo está. “Estou aqui para dar as mãos às mulheres que não tiveram voz, com quem nunca tiveram oportunidades ou privilégios, cujas vozes foram silenciadas e aquelas que não tiveram permissão por suas condições de mulheres empobrecidas e racializadas de viver em paz e com dignidade”, disse ela à CNN Brasil.
São vozes como a de Francia Márquez que precisamos eleger em outubro em nosso país. O Brasil precisa mudar para voltar a ser respeitado no mundo e pôr fim à violência que mata milhares de mulheres todos os anos, que mata milhares de jovens negros e pobres nas periferias das grandes cidades, que mata ambientalistas, indígenas, sindicalistas, enfim que mata quem luta por seus direitos e pelos direitos de todas as pessoas.
A ventania que vem de nossos vizinhos ajuda a impulsionar o povo brasileiro a enterrar o fascismo de vez e eleger mais uma vez o presidente Lula para reconstruir o nosso amado Brasil. A eleição colombiana é mais um passo para a fundamental unidade latino-americana na luta por nossa soberania e liberdade.
Mais mulheres na política se soma às vozes da mudança e da reconstrução. Vamos juntas pelo Brasil, pelo trabalho decente, pela igualdade de direitos e pelo respeito à dignidade. Afinal, todas as pessoas merecem ter casa, comida, trabalho, saúde, acesso à cultura e à diversão e a uma educação pública que dignifique a pessoa humana.
Texto em português do Brasil