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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Eleição de Francia e Petro na Colômbia mostra ao Brasil a necessidade de mudar

Francisca Rocha
Francisca Rocha
Professora Francisca é dirigente licenciada de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e de Finanças da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB

A eleição da primeira vice-presidenta negra, com origem na classe trabalhadora, reforça a vontade de mudança do povo colombiano, que agora se vê representado por um presidente popular.

Com 11.281.013 votos, 50,44% do eleitorado colombiano, a dupla Gustavo Petro e Francia Márquez derrotou o candidato da extrema direita, que uniu em torno de si quase toda a elite do país, acostumada a mandar e desmandar no país vizinho do norte brasileiro.

A vitória inédita da esquerda colombiana vislumbra o caminho da unidade da América Latina e a derrota do projeto neoliberal destruidor de sonhos e de vidas nesta parte do continente.

A consagração de Francia e Petro, no domingo (19), abre um novo ciclo na Colômbia com possibilidades de combater as abissais desigualdades do país. Além disso, a eleição da primeira vice-presidenta negra, com origem na classe trabalhadora, reforça a vontade de mudança do povo colombiano, que agora se vê representado por um presidente popular e pela vice-presidenta, que já foi trabalhadora doméstica, antes de, com muito esforço, formar-se em direito e tornar-se advogada respeitadíssima.

A eleição da Colômbia mostra também a crescente força da mulher com amplificação de sua participação na política e a confiança do povo na necessidade de mais mulheres participando ativamente nas instâncias de poder e decisão.

Igual ao brasil que precisa de mais mulheres na política para o intenso combate à cultura do estupro e do ódio. A eleição de Francia Márquez, a primeira vice-presidenta negra da história do país sul-americano, mostra que nós podemos e devemos estar presentes em todos as lutas para construir o mundo novo.

Ativista antirracista, contra o machismo, defensora da preservação ambiental e dos direitos humanos, Francia notabilizou-se por estar onde o povo está. “Estou aqui para dar as mãos às mulheres que não tiveram voz, com quem nunca tiveram oportunidades ou privilégios, cujas vozes foram silenciadas e aquelas que não tiveram permissão por suas condições de mulheres empobrecidas e racializadas de viver em paz e com dignidade”, disse ela à CNN Brasil.

São vozes como a de Francia Márquez que precisamos eleger em outubro em nosso país. O Brasil precisa mudar para voltar a ser respeitado no mundo e pôr fim à violência que mata milhares de mulheres todos os anos, que mata milhares de jovens negros e pobres nas periferias das grandes cidades, que mata ambientalistas, indígenas, sindicalistas, enfim que mata quem luta por seus direitos e pelos direitos de todas as pessoas.

A ventania que vem de nossos vizinhos ajuda a impulsionar o povo brasileiro a enterrar o fascismo de vez e eleger mais uma vez o presidente Lula para reconstruir o nosso amado Brasil. A eleição colombiana é mais um passo para a fundamental unidade latino-americana na luta por nossa soberania e liberdade.

Mais mulheres na política se soma às vozes da mudança e da reconstrução. Vamos juntas pelo Brasil, pelo trabalho decente, pela igualdade de direitos e pelo respeito à dignidade. Afinal, todas as pessoas merecem ter casa, comida, trabalho, saúde, acesso à cultura e à diversão e a uma educação pública que dignifique a pessoa humana.


Texto em português do Brasil

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