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Terça-feira, Dezembro 24, 2024

Energia geotérmica: Menos carbono, mais sismos?

Nélson Abreu, em Los Angeles
Nélson Abreu, em Los Angeles
Engenheiro electrotécnico e educador sobre ciência e consciência. Descendente de Goa, nasceu em Portugal, e reside em Los Angeles.

O Departamento de Água e Energia de Los Angeles (LADWP) efectuou um acordo com uma subsidiária da Ormat Technologies, Inc. para comprar 150 megawatts de energia geotérmica por 26 anos a US$ 75,50 por megawatt-hora.

A energia geotérmica é mais cara do que a solar que já custa menos de $50 por MWh. No entanto, a energía geotérmica produz de forma constante durante o dia e a noite. Mesmo durante o dia, a energia solar varia constantemente devido às nuvens e ao movimento de rotação da Terra em volta do Sol.

O novo contrato será suficiente para alimentar 208 mil casas norte-americanas e evitar 701 mil toneladas de emissões de efeito estufa por ano, equivalente a 135 mil automóveis. A energia geotérmica é mais acessível em locais tectonicamente mais activos, como a Indonésia, que quer instalar 60 gigawatts até 2022.

Ao injectar água a alta pressão para locais do sub-solo com altas temperaturas, como vulcões mal-formados que nunca chegaram à superfície, formam-se fracturas nas rochas subterrâneas que causam pequenos terremotos, de acordo com investigadores da Universidade da California.

Este sismos não aliviam a pressão de futuros sismos mais fortes. Com algumas excepções, como acidentes sérios em Java e em Basel, os danos têm sido minúsculos em comparação com os efeitos nocivos dos combustíveis fósseis. Contudo, os projectos na Califórnia têm que monitorar o tamanho e a proximidade das fracturas e encolhimento do subsolo com muita atenção para reduzir o risco de desencadear sismos tão perto de falhas tectónicas como a de Santo André, capazes de produzir terremotos severamente destrutivos.

Por outro lado, não substituir a energia suja por alternativas mais verdes coloca toda a biosfera em risco. O presidente da câmara (mayor) de Los Angeles celebrou mais um sucesso para alcançar metas renováveis. A cidade ultrapassou a meta de 25% e deve chegar aos 50% antes de 2026.

Garcetti disse ao jornal LA Times que: cidades e estados já são onde existe a maior parte da acção quanto ao clima. A nossa mensagem é clara para o mundo: os norte-americanos estão convosco, mesmo que a Casa Branca não esteja. O movimento de Trump terá como consequências não intencionais que todos façamos o oposto do que o presidente quer. Será, em muitos aspectos, muito contraproducente.”

Garcetti lidera um grupo de 160 líderes locais que prometem alcançar as metas de Paris com ou sem apoio da Casa Branca.

No dia anterior à demonstração de Trump “Pittsburgh, não Paris,” o próprio mayor de Pittsburg prometeu que a cidade seria livre de energia suja até 2035. O ex-mayor de Nova Iorque, Michael Bloomberg, já se ofereceu para pagar os U$15 milhões que o governo federal dos EUA recusou pagar para o esforço internacional do acordo de Paris.

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