No dia em que foram identificados em Gaia mais quatro doentes contaminados com a super-bactéria multi-resistente que já causou a morte a três pessoas, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros defendeu, publicamente, que o pavilhão central do Centro Hospitalar Gaia/Espinho deveria ser encerrado.
José Correia Azevedo visitou aquela unidade de saúde durante a passada quarta-feira e, à saída, admitiu que os enfermeiros acreditam “que não há possibilidade de controlo, porque o isolamento não é possível”, pelo que todos os doentes deveriam ser transferidos para outro hospital.
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros deixa também o alerta de que todos os visitantes deveriam ser avisados para “não mexerem em nada” já que esta é uma bactéria transmissível pelo toque e de rápida disseminação.
Por sua vez, o Centro Hospitalar Gaia/Espinho emitiu um comunicado onde refere que “a situação está controlada” e que “está em curso o rastreio universal de portadores de Klebsiella Pneumoniae”, sendo que estão, neste momento, internados, em regime de isolamento, 17 doentes portadores dessa mesma bactéria multi-resistente.
O Hospital adianta ainda que “foram elaborados circuitos destinados a doentes e portadores da bactéria”, para evitar, assim, a sua disseminação, pelo que acreditam não haver “motivo para alarme”.
Recorde-se que, na semana passada, aquela unidade de saúde divulgou ter identificado, desde 7 de Agosto, mais de 30 portadores da bactéria Klebsiella Pneumoniae. O Hospital suspeita que o surto tenha tido origem numa doente que fez vários ciclos de antibióticos e que partilhou, em Julho, a mesma unidade de pós-operatório que o primeiro paciente infectado.