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Segunda-feira, Dezembro 23, 2024

Equador pode entregar Julian Assange ao Reino Unido, diz agência russa

Exilado na embaixada do Equador em Londres, na Inglaterra, desde 2012, Julian Assange pode estar prestes a perder o asilo político. A editora-chefe da agência de notícias Russia Today, Margarita Somonyan, divulgou que o presidente do Equador, Lenín Moreno, pode entregar o fundador do Wikileaks ao Reino Unido “nas próximas semanas ou mesmo dias”.Margarita disse que, segundo suas fontes, Assange será entregue à Grã-Bretanha e afirmou, pela primeira vez, desejar que estas estivessem erradas. “Como nunca antes, desejo que minhas fontes estivessem erradas”.

Além da RT, o jornal britânico Times anunciou também que o Reino Unido está envolvido em discussões “de alto nível” com o governo equatoriano para tentar retirar Assange da embaixada do país sul-americano em Londres.

Pessoas próximas à Assange afirmaram à imprensa britância que o próprio jornalista não sabia de tais negociações, mas acredita que que os Estados Unidos estejam fazendo “pressões significativas” no Equador para o fim de seu asilo político.

Já o presidente do Equador, Lenín Moreno, afirmou recentemente que considera Julian Assange “um hacker”, “um problema herdado” do governo anterior de Rafael Correa e uma “pedra no sapato” para sua gestão.

Assange está na embaixada do Equador em Londres desde 2012. Após vazar em seu site informações do Departamento de Estado dos Estados Unidos, ele passou a ser acusado de agressão sexual em seu país de origem, a Suécia. Ele pediu asilo politico por temer ser extraditado e em seguida transferido para os Estados Unidos, onde acredita que seria processado sem um julgamento justo.

Os EUA afirmam que Assange estava “envolvido em terrorismo”, com o Procurador Geral Jeff Sessions, no ano passado chamando sua prisão de “prioridade”. Ao longo dos anos, o WikiLeaks publicou centenas de milhares de arquivos confidenciais dos EUA, incluindo os da Guerra do Iraque, vazados por Chelsea Manning em 2010.

Apesar de não haver mais as denúncias de agressão sexual na Suécia e este caso contra ele ter sido encerrado em maio do ano passado, ele ainda não ganhou o salvo-conduto da Inglaterra para sair da embaixada e ir até o aeroporto do país onde tomaria um avião par ao Equador. Sendo assim, ao colocar os pés par fora do prédio em Londres, vigiado 24 horas por dia, ele pode imediatamente ser extraditado.

Ao longo destes seis anos em que está preso, Assange recebeu apoio de líderes políticos e intelectuais de todo o mundo que exigem a libertação dele. A ONU considerou a detenção do jornalista “arbitrária”, mas isso também não foi suficiente para livrá-lo da prisão.

Texto em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado

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