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João de Sousa

Domingo, Novembro 3, 2024

Equívocos. Marxismo e Fascismo

Corre nos meandros dos radicais conservadores a ideia peregrina de que o Fascismo tem as suas raízes de origem no Marxismo.

Esta teoria assenta em pressupostos da militância política partidária de Benito Mussolini, fundador do Partido Nacional Fascista, em organização socialista da época, assim como na designação “Nacional Socialista” do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido por Partido Nazista, que foi liderado por Adolf Hitler, nomeado Chanceler da Alemanha pelo seu Presidente na época, Hindenburg, em condições muito específicas resultantes da instabilidade política e social de miséria instalada no seio das populações face à devastação provocada pela primeira guerra mundial.

Situação não muito diferente da existente ao tempo na Itália e que motivou a ascensão ao poder de Benito Mussolini.

O fascismo foi apresentado como partido político em 1921. Desde essa altura, a palavra “fascista” é usada para mencionar uma doutrina política com tendências autoritárias, anticomunistas e antiparlamentares, que defende um Estado totalitário. Trata-se de um movimento antiliberal que atua contra as liberdades individuais. Surge como sendo uma terceira via entre os efeitos políticos internacionais provocados pela revolução bolchevique de 1917 na Rússia e o liberalismo estruturado no iluminismo, ambos emergentes na grave crise social existente no tempo.

Benito Mussolini, o Duce, liderou o Partido Nacional Fascista implementando um modelo de organização política ditatorial em que o anticomunismo era um dos argumentos para vingar e se implantar.

Adolf Hitler, Chanceler do Reich e Führer da Alemanha Nazista de 1934 até 1945, liderou o Partido Nazista cuja ideologia central foi o fascismo como modelo político e social de combate ao comunismo e, por conjuntura da época, fim da primeira guerra mundial em que a Alemanha se encontrava no abismo económico e a fome era uma realidade foi a mola propulsora da segunda guerra mundial cujos efeitos todos conhecemos.

Curiosamente, é um facto Histórico, houve sindicalistas que aderiram a esta corrente do pensamento o que nada tem a ver com o Marxismo. Uma corrente do pensamento filosófico, anterior ao Fascismo, resultante da revolução industrial e da revolução agrária que gerou a luta de classes, e, em que na organização política e social dos Estados, se defende que os operários (proletariado), assumiriam o poder para que assim houvesse uma evolução na melhoria das condições de vida das populações organizadas em sociedades, conducente a uma condição igualitária. O Socialismo.

Uma corrente do pensamento que continua a ter partidos políticos seguidores.

Curiosamente a sociedade atual encontra-se nesse patamar. O da igualdade em vários domínios: conhecimento; género; oportunidade; entre muitos outros.

Já o Comunismo remonta à Antiguidade em que as tribos se organizavam e distribuíam entre si os produtos – a caça nas tribos nómadas; os géneros nas tribos sedentárias -. A este modelo se associa a tese do Comunismo Primitivo.

Marx preconizou uma sociedade comunista como sendo o culminar do aperfeiçoamento da organização política no quadro de uma máxima: “de cada um, segundo as suas possibilidades. A cada um, segundo as suas necessidades.” sem delinear a forma de organização social nem tão pouco o tempo, reportando sempre para a matriz da “luta de classes” como sendo o “motor” de toda a evolução politica e social em que com o desenrolar da História e das contradições por si  geradas, se encarrega dos ajustamento necessários para o equilíbrio ambiental e social onde a espécie Humana domina.

Até porque, no tempo, havia já uma corrente do pensamento filosófico de tendência anarquista que fazia escola nas franjas pequeno burguesas, mas também em pequenos núcleos do operariado.

Assume por isso, o pensamento, transversalidade ímpar, onde nada se mistura naquilo que é a sua essência e referencia matricial única.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90


 

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