Poema inédito de Beatriz Aquino
Era noite e todos dormiam
Era noite e todos
dormiam.
Dormiam as carpas em suas casas de aluguéis,
inquilinas coloridas do divino.Dormiam todos.
Imóveis.
A respiração branda como a de uma criança.
Tudo era silêncio e sereno.
Espanto contido e reflexão.E foram muitas noites assim.
As carpas, as lesmas,
o rim dos homens,
a ansiedade do carteiro,
todos descansavam da pressa do mundo.Era noite.
E um sol tímido e mudo
nascia por trás da cortina do medo…
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