GNR descobre o idoso de 96 anos em situação degradante numa casa em Lisboa
O filho de um idoso de 96 anos a viver acamado, com graves problemas de saúde e de degradação tentou negar o estado crítico do pai quando a GNR lhe bateu à porta de casa a perguntar pelo homem que um outro familiar procurava há mais de um ano. Nervoso, o filho afirmou que o pai estava bem mas que não o chamaria para falar com os guardas.
O cheiro nauseabundo vindo do interior da casa e os gemidos do idoso denunciaram uma situação deplorável que os militares viriam a confirmar ao entrarem na casa, num bairro de Lisboa. Encontraram o idoso deitado numa cama imunda e a necessitar de cuidados de saúde urgentes. De imediato a GNR accionou os bombeiros locais para transportar o idoso ao hospital. A GNR também reportou a situação ao tribunal e informou a familiar que contactou as autoridades a pedir ajuda para localizar o idoso.
Foi precisamente este alerta que levou a GNR a descolar-se várias vezes à residência do idoso sem nunca terem conseguido contacto, nem com o pai, nem com o filho.
Da última vez que uma patrulha foi à casa, esta semana, os militares foram recebidos pelo filho. De acordo com a GNR “ao ser questionado pelo estado do seu pai, demonstrou algum nervosismo, tentando sempre furtar-se às questões dos militares, dizendo que não ia chamar o pai e que este estaria bem”.
A situação do idoso viria a revelar-se bem diferente, pelo que o filho poderá ser suspeito de negligência nos cuidados com o pai ou até de abandono de idoso doente e incapaz. A presença do filho neste dia poderá ter sido apenas um acaso, uma vez que o idoso estava gravemente doente, sem cuidados médicos e deitado numa cama muito suja e cheia de parasitas. Aparentemente, o filho escondia a situação do idoso a outros familiares que, por isso, pediram ajuda à GNR.
O que os militares encontraram nesta casa serve também de alerta para outras situações semelhantes e que muitas vezes resultam em casos de idosos encontrados já mortos há vários dias ou semanas.
Daí que tendo como exemplo esta situação, a GNR apela mais uma vez a familiares ou cidadãos que tenham suspeitas ou conhecimento de algum idoso que sofre de maus-tratos, para que não sejam coniventes e denunciem às autoridades.