Quem diria tal insúbita vontade? Segregados os lemas numa castrada avenida por tantos olhares que divagam espumas vagarosas que divertem sem espasmo o engasgo e o bagaço até fartar?
Ninguém se praza a nada a não ser a doença que até a esse fundo nos encaminha, essa mórbida vontade involuntária que nos obriga a ser verbos para circunstâncias e nunca sabemos entreter, ouçamos o trilho de vozes na rádio que se esfumam de misérias que nos conduzem à morte dos realismos mais voláteis como exéquias para transeuntes das suas próprias almas acasaladas consigo mesmos para tanto, mas escrever não, isso nem a pão cheira, dá calafrios como se os arrepios vomitassem esgana para cima das bancadas de madeira rústica do século passado, eternamente cansados aqui estamos debruçados em que razões desconhecemos para sucumbir-mos assim, tão simplesmente, como um criador de gado para carnes frescas nos casinos. Ninguém precisa de ler esta agonia que farta os faltosos da história, esses entendidos no que é bom para ler envenenando quem consome o éter e o esterco das livrarias.
Apenas montanhas dispersas são a vontade que morre tantas vazes ao acordar, esta ansiedade de pertencer a coisa nenhuma para que possa distorcer-se alguma vez que seja, o escrito maldito desse forasteiro da nossa sábia consciência e razão para tudo. Estamos num declínio que perdura esta alma dura que um dia amordaçará a sua própria vontade de ser aquele que ninguém vê, apenas por isso, um invisível desenho com rasuras de antigamente como faziam escritos à mão para se pertencer a este sustento de miseras hóstias do capelão Valter à hora da missa no quintal infernal do quartel transformado para nos convencer que realmente Deus existe.
A montante o desenho do espanto, engasgam-se como os dissabores esses voluntários de calafrios que nem arrepios superam, tal a ordem instituida neste quintal de um comandante só, para determinar e mandar publicar uma ordem de serviço e lá vem o cabo de dia enxurrado nas folhas ferrugentas de tantas ordens para ninguém, a não ser o próprio que nos obriga a engolir a sentença descrita na sua vontade peculiar para que se caminhe devagar, faz bem à sorte, ser solidário com os costumes do obituário na nascente dos tumultos engasgados na vontade de nada, porque nada nos consente esta sede de gente que se esmera às escuras para dizer baixinho escrever é uma triste felicidade. Para que escreves então se te cansa a solidão? Apenas para não esquecer a razão de possuir-me num canto só meu, onde possa vender-te a oferta cansada da minha mão embalsamada nesta palmatória imposta pelos dias que me restam. O sepulcro vive ainda e nem disfarçado me escapa, é um retrato permante nesta caneta castanha que te descreve a cada gesto como um brilho de setas para rumos marcados por profetas que nunca mais desaparecerão desta ávida vida de ter que escrever apenas porque escrever é uma triste felicidade. E encanta, só isso.