A escritora dinamarquesa Lisbeth Zornig Andersen, também conhecida por ser ativista em defesa dos direitos das crianças naquele país nórdico, foi condenada pelo Tribunal de Nykobing, na Dinamarca, por ter ajudado uma família síria a chegar à Suécia, onde requereram asilo, noticia o Euronews.
A escritora foi multada em 22,5 mil coroas dinamarquesas, o que equivale aproximadamente a três mil euros, pena aplicada igualmente ao ser marido, por tê-la ajudado a ajudar os refugiados. O tribunal considerou que Zornig Andersen e o marido cometeram o crime de tráfico humano.
«Estou furiosa, tudo o que vá além de uma absolvição está errado», afirmou a escritora ao canal de TV europeu quando saiu do tribunal. «O que fiz por estas pessoas foi muito pouco, e não digo isto para me desculpar, há quem faça muito mais para garantir que se toma conta destes refugiados», acrescentou.
Há cerca de 280 processos abertos a dinamarqueses por ajudarem refugiados
A ativista levou a família de sírios de Rodbyhavn até à sua casa, em Copenhaga, de onde o marido a conduziu à estação de comboios, tendo adquirido os bilhetes para seguirem viagem até à Suécia.
Além de Zornig Andersen, as entidades dinamarquesas abriram processos contra outras 279 pessoas, por actos idênticos, que tiveram lugar entre Setembro do ano passado e Fevereiro deste ano.
A Dinamarca tem sido muito contestada devido à legislação de confisco de bens dos refugiados de valor superior a 1340 euros. A Suécia também tem estreitado as condições de acolhimento de refugiados, na sequência da crise que se vive actualmente na Europa.
Leia, sobre o tema, artigo publicado em 10 de Fevereiro, no Jornal Tornado
Nota da Edição:
“Há que cumprir a Convenção de Genebra sobre o direito de asilo, com as directrizes de actuação de 2005, 85-CE, bem como a Carta de Direitos Fundamentais da UE, Art.º 19, que proíbe as expulsões coletivas; documentos adotados pela União Europeia e que dizem respeito à dignidade e proteção dos refugiados. Pedimos a elaboração de uma política europeia de asilo comum, baseada na solidariedade e na gestão humana da procura migratória.”
in Sobre a situação dos refugiados – Grupo de Trabalho para a redação da Carta dos Deveres Humanos
